domingo, 1 de maio de 2011

Peru quer aproveitar potencial do setor ovino

Mesmo com 14 milhões de cabeças ovinas no Peru, a oferta de carne ovina em supermercados é bem pequena. Além disso, os 4 milhões de ovinocultores estão na faixa da pobreza e não conseguem dar o devido valor comercial aos seus animais. Apesar disso, essa situação começa a mudar.
Até o final do ano, a empresa Láctea Andina projeta relançar a carne de cordeiro com qualidade muito similar à que se oferece em outras partes do mundo. Segundo o gerente geral da empresa, Iván Mesía, atualmente se paga muito mal pelo produto local, porque não é de qualidade. "A carne de cordeiro é a mais cara do mundo, comê-la é um luxo. Aqui, somente se comercializa carne de carneiro ou ovelha já velha, por isso, é dura". O comum é que alguns restaurantes comprem carne importada de cordeiro, sobretudo proveniente do Chile e da Argentina. As importações de carne ovina têm sido significativas e o consumo per capita peruano está em torno de 0,8 a 1,2 quilos.
O objetivo da indústria peruana é reverter essa situação em benefícios da indústria gastronômica e, inclusive, começar a exportar essa carne ao mercado mundial, que tem hoje uma demanda insatisfeita de 300.000 toneladas. Com 6 milhões de ovinos - muito menor que o rebanho peruano -, o Chile exporta ao mundo 6.000 toneladas de carne, com muita eficiência. Nesse país, a produção de carne e de lã ovina alcançou em 2010, 33.870 e 10.239 toneladas, respectivamente, segundo o Ministério da Agricultura.
Para dentro de três anos, a Láctea Andina começará a exportar leite de ovelhas na forma de queijos gourmet, atividade que gerará um valor de US$ 15 milhões anuais. Hoje, esses queijos são vendidos nos supermercados mais importantes do país. A espera para começar a exportar está diretamente relacionada com a ausência de matéria-prima, ou seja, leite. Graças a um processo de reconversão genética das raças, a empresa, junto com o zootecnista peruano, William Vivanco, tem a meta de chegar a uma produção de 15.000 litros de leite ovino por dia. Com os avanços obtidos, já estão coletando cerca de mil litros de leite por dia com as primeiras ovelhas melhoradas. Isso resulta em um retorno novo aos produtores, que recebem o dobro do que receberiam pelo leite de vaca. Segundo Mesía, o leite ovino rende mais na elaboração dos queijos.
Fonte: ElComercio.pe, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.

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