O zootecnista Paulo de Tarso, do Mato Grosso, manda mais uma notícia interessante que eleleu no Valoe Econômico:”Depois de seis anos de pesquisa e investimentos de aproximadamente R$ 50 mil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conseguiu identificar uma mutação no genoma de ovelhas da raça Santa Inês capaz de aumentar a produtividade dos rebanhos. As pesquisas mostraram que nos animais que possuem a mutação a taxa de ovulação das fêmeas é 82% maior do que naqueles que não têm a variação genética.
Com a maior ovulação nas fêmeas, o índice de nascimento de gêmeos na raça cresce cerca de 58%. Segundo o pesquisador Eduardo Melo, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, responsável por coordenar a pesquisa, o índice de nascimento de gêmeos é de 13% nos animais que não têm a mutação, número que sobe para 78% nos ovinos Santa Inês que tenham a variação genética.
A descoberta é considerada um feito raro na comunidade científica. Isso porque a mutação ocorre em apenas 3% a 4% das ovelhas e sua identificação no gene não é fácil. Cada gene de ovelhas pode ter dezenas ou até centenas de mutações, das quais poucas com relevância econômica.
O trabalho foi realizado em parceria com a unidade da Embrapa Tabuleiros Costeiros, que disponibilizou um rebanho de 334 animais, instalados em uma fazenda da unidade em Aracaju. "Levantamos o genótipo desses animais e conseguimos criar uma metodologia para identificar em rebanhos da raça a presença ou não do gene com a mutação. Essa metodologia (marcador molecular) foi patenteada e provavelmente será transferida ao setor produtivo", explica Melo, observando que o pedido de patente já foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Com mais gêmeos de ovinos Santa Inês nascendo dentro de um rebanho, a expectativa é que a produtividade de da raça aumente, solucionando o principal problema da atividade. Além disso, a descoberta deve beneficiar principalmente os criadores do Nordeste.
Com a descoberta científica, a Embrapa agora passa a seguir dois caminhos. O primeiro é avaliar o impacto econômico que animais com a mutação podem apresentar no sistema de criação semi-intensivo: alimentação a pasto no verão e suplementação no inverno. O segundo passo, segundo Melo, é encontrar parceiros no setor privado que tenham interesse em desenvolver comercialmente o marcador molecular patenteado pela Embrapa, pagando os devidos royalties pela tecnologia à estatal brasileira. O projeto de genotipagem de ovelhas foi um dos principais programas desenvolvidos pela Embrapa em 2010.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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