quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ventisquero tem grandes vinhos e excelente pessoal




Magaly Corgosinho, da Ch2A, Deise Campos, da Gazeta do Povo, de Curitiba,Renato Frascino, da Vinícolas de Charme, com Roberta Malta, da Prazeres da Mesa.
Teve muitos, e bons vinhos, a viagem que fiz ao Chile, entre os dias 21 e 24 de setembro, à convite da Importadora Cantu, para conhecer a Vinícola Ventisquero que, este ano, comemora sua décima safra. Foi uma viagem agradável pelo clima, com temperatura entre 5° e 20°, pelas belas paisagens dos vales de Maipo, Casablanca, Lolol, Colchágua e Apalta, pela excelente recepção dos enólogos e dirigentes da vinícola e, principalmente, pela simpática companhia dos jornalistas Magaly Corgosinho, Marco Merguizzo, Jomar Brustolin, Deise Campos e Roberta Malta e pelos sommeliers e críticos de vinhos Gilvan Passos, Renato Frascino e Camilla Guidolin. Turma boa, camarada, sem o nariz arrebitado de muito pessoal da área do vinho que conheço. Devo minha participação na comitiva à querida amiga Alessandra Battochio Casolato, da C.h2a Comunicação. Valeu, Alessandra.
O vôo de ida, da TAM, não foi muito agradável. Saiu com três horas de atraso de Guarulhos, num Airbus que, certamente, não estava preparado para atravessar a cordilheira, pois chacoalhou como um diabo, impedindo várias vezes o serviço de bordo, realizado por uma tripulação lerda e pouco competente (que saudade dos vôos internacionais da antiga Varig!). A volta, também pela TAM, mas num 777, já foi bem melhor, serena e com serviço de bordo competente, embora com uma hora de atraso. Chegamos ao aeroporto de Santiago à meia-noite e, mesmo assim, um dirigente da Ventisquro, Juan Ignácio Zuñiga, estava lá nos esperando. Dormimos a primeira noite no excelente hotel Atton Las Condes.
Na manhã do dia 22, Juan Ignácio estava lá no hotel, para nos acompanhar no café da manhã e apresentar Carolina Stern, que foi a guia pelos caminhos do interior chileno. Às 9h30min, numa van, saimos rumo ao Vale de Maipo, para conhecer o primeiro vinhedo e cantina da Ventisquero, em Trinidad. Mais uma recepção calorosa, desta vez pelo enólogo-chefe Felipe Tosso, pessoa interessantíssima e sobre a qual vou escrever mais adiante, que apresentou alguns dos demais enólogos que trabalham com ele, entre os quais Sérgio Hormozabal, que foi o responsável por mostrar os vinhedos e a cantina de Trinidad e, depois, orientar a degustação dos primeiros vinhos Ventisquero de origem nos vales de Maipo e Casablanca. A empresa trabalha com cinco enólogos apara atender 1.600 hectares de vinhedos espalhados em seis campos, mais um que está sendo instalado.
Mais de 98% da uva utilizada é própria. “Compramos cerca de 2% - lo mejor de Chile – para complementar algumas variedades”, explicou Tosso. A empresa, dentro das melhores normas ambientalistas, trabalha com conceitos de sustentabilidade no campo, econômica, humana, social e comunitária. Por exemplo, não corta as árvores ao longo dos cursos d´água que passam pelas vinhas e faz tratamento integrado de pragas, auxiliada pela proximidade de 38 km do Oceano Pacífico, cujos ventos auxiliam no equilíbrio da temperatura, na ventilação dos vinhedos e, principalmente, no controle das pragas. A empresa possui, também segundo Tosso, “las mejores parras de Chile”. Esta situação possibilita uvas para vinhos com mais frescor e mais fruta, os grans reservas, os premiuns. No total, a Ventisquero produz 14 milhões de litros de vinho/ano, exporta 1 milhão de caixas/ano e pretende aumentar esta exportação em 20%, dentro do plano estratégico montado pelo setor vinícola chileno para triplicar as exportação de US$ 1,4 bilhão para US$ 3 bilhões nos próximos 10 anos.
Com o trabalho de busca de mais qualidade que está sendo feito, a Ventisquero quer se transformar “na maior boutique de vinhos do Chile”, segundo Felipe Tosso (a maior vinícola é a Concha y Toro, com mais de 220 milhões de litros em estoque e exportações para mais de 100 países). Ao longo desta história, o leitor saberá como a Ventisquero está buscando mais qualidade. “Estamos buscando o melhor terroir para cada varietal”, informou Tosso. A Ventisquero quer usar o melhor solo, a melhor planta, o melhor clima e o melhor manejo – isto é terroir. No campo de Trinidad, Tosso e seus enólogos plantam cabernet sauvignon (50%), carmenère (10%), syrah (30%) e merlot (10%). Fermentam de 500kg a 50 mil kg de uvas. Em Casablanca, são dois varietais brancos – chardonnay e sauvignon blanc - e dois pinot noir, com toda a frescura de um vale novo com solos antigos de muita areia.

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