quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ventisquero - A primeira degustação




O enólogo Sérgio Hormazabal começou a degustação com três primícias, vinhos que ainda não chegaram ao mercado, um Sauvignon Blanc Queulat Gran Reserva 2009, 100%, 13,50% de álcool, de aspecto cristalino, cor verde, complexo, elegante, com aroma de frutas, especialmente cítricas e tropicais, como toranja, abacaxi e pêra d´água, complementadas com toques minerais. Fresco na boca, com bom equilíbrio e agradável acidez com corpo suave, onde aparecem frutas cítricas e tropicais, com um final mineral que lhe agrega complexidade e elegância.
Depois, foi um Chardonnay Grey 2009, 15,5° de álcool, que passou 12 meses em carvalho, uma gran primícia. Vinho elegante, fresco, com aroma de frutas tropicais tipo mamão papaia e manga. Ideal para beber, agora, num dia quente, ou nos próximos sete anos. Seguiu-se um Pinot Noir Heru Reserva, também primícia 2009, que estará chegando ao Brasil por R$ 100,00, depois de um ano em carvalho francês. É muito marcado por notas minerais,100% pinot noir do Vale de Casablanca, 14% de álcool. Eu sugiro para acompanhar caças, como o pato, especialmente se servido com cerejas cozidas; galinha d´angola e carré de vitela. Tem bom tempo de guarda: 6 anos. É bem representativo do coração do pinot noir no Chile, mostra as especiarias típicas da uva, tem pouco carvalho, é uma cepa para conhecedores, com frutas secas, muita mineralidade do solo franco-argiloso de Casablanca.
Depois das primícias, o jogo começou para valer, com um Merlot Queulat Reserva 2008 (R$ 55,00), 85% merlot e 15% cabernet sauvignon, do Vale de Maipo, cor vermelho rubi com rebordos violáceos, aroma complexo e com toques de especiarias, ameixa seca, pimenta negra, noz moscada, canela, baunilha e chocolate. Em boca, é robusto, encorpado, estrutura equilibrada, potente e envolvente, de final longo e continuidade do toque de especiarias. Tem 14,50% de álcool.
Seguiu-se um Syrah Queulat Gran Reserva 2008, 12 meses de carvalho usado, com acidez natural marcante, 100%, do Vale de Maipo, 14,5% de álcool, cor negra azulada profunda, aroma de grande intensidade, destacam-se as bagas maduras, mirtilos, amoras, junto a notas lácticas de creme fundido com aroma de especiarias como pimenta negra, tostados, tabaco e chocolate. Grande concentração na boca e estrutura envolvente, graças a taninos firmes aperfeiçoados pela guarda da garrafa, proporcionando-lhe uma estrutura suave e complexa com um final rico e persintente.
A próxima taça foi de um Carmenère Grey 2008, que passou 100% em repouso, durante 16 meses, em barrica de carvalho francês e mais um ano na garrafa. A uva foi colhida no mês de maio, a última a ser colhida de um vinhedo que produz 5/6 toneladas por hectare. Pode ser bebido agora ou em 10 anos. 14,5% de álcool. Tem 85% de carmenère, 7,5% de syrah e 7,5% de cabernet sauvignon. Também de Trinidad, Vale de Maipo. Destaca-se a pureza da fruta, com aromas de berries – amora e cereja negra, principalmente – junto a toques de especiarias. Bem encorpado, redondo, bom volume, taninos suaves e elegantes, equilibrado, com rica estrutura e um final de boca limpo e persistente. Embora agora estejam dizendo que não é bom comer queijo com vinho, é ideal para acompanhar queijos semi-maduros do tipo provolone e carnes grelhadas, talvez um cordeiro não muito tenro.
A última garrafa a ser aberta por Sérgio Hormozabal foi um Cabernet Sauvignon Grey 2008, com 90% cabernet sauvignon e 10% syrah, segundo a ficha do enólogo, mas acho que tem alguma coisa de petit verdot, 14,5% de álcool, 18 meses em barrica de carvalho francês, também de Trinidad, Maipo Costa, Vale de Maipo. É um vinho elegante e de bom volume, com taninos redondos presentes e maduros, o que lhe garante um corpo envolvente, com final limpo, longo e persistente. Boa cor e volume na boca, com intensidade frutal característica do Maipo Costa. Bom para beber com queijos Emental ou Brie.
As uvas plantadas em Trinidad são cabernet sauvignon, syrah, merlot, carmenère, chardonnay e suavignon blanc. Foi o primeiro vinhedo plantado pela Ventisquero, em 1998. Tosso ressalta que o encanta a diversidade de solos, que garante diversidade de sabores para a mesma variedade. “A partir daqui, temos vinhos de grande personalidade, os solos não são pesados e não há muita água, perfeitos para a cabernet e a syrah”, informou.

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