Comercialização recorde de espumantes e suco de uva 100% natural foram os destaques de vendas de janeiro a dezembro do ano passado em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A comercialização de vinhos espumantes elaborados no Rio Grande do Sul – responsável por cerca de 90% da produção nacional – alcançou um crescimento de 12% em 2010 no Brasil. Conforme levantamento do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), foram vendidos 12,5 milhões de litros de vinhos espumantes de janeiro a dezembro do ano passado, ante 11,1 milhões de litros colocados nos 12 meses de 2009. “É o maior volume de venda de espumantes da história”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Júlio Fante. Com a venda de espumantes de Santa Catarina e do Vale do São Francisco, o volume comercializado supera os 14,5 milhões de litros. Os espumantes moscatéis tiveram um incremento de 17% nas vendas, enquanto as borbulhas do tipo brut e demi-sec cresceram 10%. “Os espumantes brasileiros caíram no gosto do consumidor brasileiro, que reconhece a sua qualidade e boa relação custo-benefício”, explica Fante.
O balanço de 2010 ainda aponta outro recorde, desta vez no suco de uva 100% natural pronto para beber, que conquistou um acréscimo de 24,5% no ano passado, em relação ao mesmo período de 2009. Foram colocados 31,8 milhões de litros de suco de uva 100% natural de janeiro a dezembro de 2010, contra 25,5 milhões de litros nos 12 meses de 2009. “É um incremento importante, superior a 6 milhões de litros”, comemora Fante. Ele lembra que, em 2005, foram vendidos apenas 6 milhões de litros de suco de uva no Brasil. Já em 2008, este volume triplicou, passando para 18 milhões de litros e, agora, dois anos depois, ultrapassa a barreira dos 30 milhões de litros. “Os consumidores estão cada vez mais reconhecendo as vantagens para a saúde do suco de uva 100% natural, que não contém adição de água nem açúcar, e ainda possui benefícios dos derivados das uvas tintas oferecem devido à presença do resveratrol, sem a presença de álcool”, observa o presidente do Ibravin. A comercialização total de suco de uva (reunindo o natural, adoçado e reprocessado) teve alta de 20,6% de janeiro a dezembro, alcançando 36,7 milhões de litros.
O desempenho geral de vinhos finos e de mesa acabou em queda de 3,3%, com a colocação de 232 milhões de litros de vinhos finos e de mesa nos 12 meses de 2010, perante 240 milhões comercializados de janeiro a dezembro de 2009. Os vinhos finos tintos tiveram suas vendas aumentadas em 3,4% em 2010, com a comercialização de 13,5 milhões de litros de janeiro a dezembro, frente a 13 milhões de litros no mesmo período de 2009. O total de vinho fino tinto vendido no ano passado representa o segundo maior volume da história, inclusive superior ao emblemático 2005, ano em que ocorreu o recorde na venda de vinhos finos e de mesa. O maior volume de vinhos tintos finos foi de 2006, quando foram colocados 13,5 milhões de litros. Os vinhos rosados subiram 10% em 2010 e os brancos caíram 6,7%.
Para o presidente do Ibravin, o setor deve apostar mais nos brancos para conquistar uma fatia maior do mercado de vinhos finos. “Nosso clima favorece a produção de qualidade de uvas brancas, tanto é que nossos espumantes são reconhecidos no Brasil e no mundo”, lembra. Fante considera que as empresas precisam investir em uma comunicação mais direcionada no vinho branco ao consumidor, especialmente no Brasil, onde o calor muitas vezes pede uma bebida refrescante. “O potencial do vinho branco brasileiro está adormecido, precisa ser despertado junto no consumidor”, recomenda.
Os números apurados pelo Ibravin referem-se ao Rio Grande do Sul – origem de aproximadamente 90% da produção brasileira de vinhos e derivados – conforme o Cadastro Vinícola, mantido em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As informações não abrangem o restante do País em razão de outros estados brasileiros não implantarem o Cadastro Vinícola.
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