quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Retomada da ovinocultura no Rio Grande


Secretário Mainardi, de gravata preta, coordenou reunião dos criadores de ovinos
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Grupos de trabalho da Câmara da Ovinocultura elaborarão propostas para o programa de retomada da ovinocultura no Rio Grande do Sul. A cadeia Produtiva contribuirá na formatação de propostas para o desenvolvimento da Ovinocultura.
Esta foi a decisão que o asecretário da Agricultura e Pecuária, Luiz Fernando Mainardi, me passou, depois que mais de 40 pessoas participaram da primeira reunião do ano da Câmara
Setorial da Ovinocultura, ocorrida na manhã de quarta-feira (23), na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), em Porto Alegre.
Eu escrevo há 40 anos sobre ovinocultura e sou meio descrente destes projetos. Geraldmente não saem do papel. Disse isso ao secretário e ele me garantiu que este vai funcionar. A principal decisão do encontro, que congregou representantes de toda a cadeia produtiva, foi a formação de quatro grupos temáticos para a elaboração de propostas que devem integrar o
Programa de Retomada da Ovinocultura, em elaboração pela Secretaria.
“Estamos retomando ordinariamente os trabalhos desta Câmara para percorrermos o caminho do entendimento e construirmos uma economia com força para toda a cadeia produtiva de ovinos”, disse o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, ao abrirm a reunião. Mainardi ressaltou a importância do encontro e enfatizou que a trajetória se dará a partir de políticas públicas sob a responsabilidade do Governo do Estado, junto com a cadeia.
“Abro esta reunião otimista com o futuro. Nosso objetivo, para os próximos quatro anos, é implementar o desenvolvimento da ovinocultura, desde a genética até a finalização, passando por toda a cadeia de pesquisa e extensão. Falamos em desenvolvimento mesmo, com a ampliação do rebanho que nos dará mais carne e mais lã e, portanto, mais renda ao produtor”, enfatizou o secretário.
Atualmente, a população de ovinos do Rio Grande do Sul é formada por 3.641.261 animais (muita gente põe este número em dúvida), sendo Santana do Livramento o maior produtor, com 414.200 ovinos. A maioria da população de ovinos – 68,42% - está concentrada nos campos de 20 municípios gaúchos, ficando para Alegrete o segundo lugar no ranking, com 253.499 cabeças. Números que vieram diminuindo ano a ano. A grande preocupação do Governo Tarso Genro, entretanto, um dos principais motivos do programa de retenção de
matrizes, é que, em 2010, o abate de fêmeas foi cerca de 80% superior ao de machos.
Na pauta das necessidades do setor, apresentada pelos participantes, estão mais extensão rural e o desenvolvimento de programas de sanidade, especialmente de combate à sarna, piolho e, também, brucelose. Sem esquecer o melhoramento genético e de pastagens.
Ao expor a existência de crédito também para assistência técnica, o engenheiro agrônomo do BRDE, Carlos Alberto Vaz da Silva (que representou a instituição junto com José Luiz Pereira Dias), disse que cada produtor de ovinos pode pegar um financiamento com taxa de 6,75% ao ano, até o limite de R$ 250 mil. Para aquisição de matrizes e reprodutores, entretanto, não há limite. “A carência é de três anos e mais cinco para pagar, totalizando oito anos para o produtor”, lembrou Pereira Dias.
Ao final, foram criados quatro Grupos de Trabalho que, em 60 dias (vou cobrar), deverão apresentar um projeto para o tema que lha coube. O primeiro, tratará da extensão rural e da pecuária familiar, sendo formado por Emater, Embrapa, Arco, Fetag, Farsul/Senar, Marfrig, UFRGS e Sebrae.
O segundo que cuidará do manejo reprodutivo e nutricional (melhoramento genético) é composto por Fepagro, UFRGS, Embrapa, Arco e Febrocarne. Ao terceiro grupo coube o abigeato e cães vadios (que invadem as propriedade atrás dos ovinos), constituído pelo Sicadergs, CRVM, Farsul e convidados das Secretarias da Saúde e da Segurança. O último grupo de trabalho, formado pela Fepagro (PVDF), Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento (Mapa), Embrapa, UFRGS e Arco examinará a sanidade dos ovinos (e caprinos, por serem do mesmo grupo).

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