segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Safra de qualidade


Plinio Pizzato mostra a boa qualidade dos vinhedos.
Foto Danilo Ucha
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Nas conversas com Plinio e Flávio Pizatto, Rogério Valduga, presidente da Associação de Produtores de Vinhos do Vale dos Vinhedos, os Brandeli, tanto os da Don Laurindo – Laurindo e Ademir – quanto os da Almaúnica – Márcio e Magda -, bem como durante um longo café da manhã com Moysés Michelon, fiquei sabendo que não haverá uma safra recorde em 2010-2011, como andou sendo divulgado, inclusive pelo Ibravin, mas que a safra será boa. Em Bento Gonçalves, espera-se colher 132 mil quilos de uvas, plantados em seis mil hectares, cerca de 20% sobre a safra de 2009-2010. Neste período, quando estão sendo colhidas as brancas, os tinos já estão com 17 e 18 graus babos. Plinio já tem, na Pizzato, merlot com 19 brics w espera colher com 23. É um bom teor de açúcar natural, que será responsável por um vinho de qualidade.
Outra coisa interessante desta safra é que, pela primeira vez, nos últimos quatro anos, os produtores que vendem uvas para as vinícolas, estão satisfeitos. De acordo com a presidente do sindicato dos trabalhadores rurais, que congrega os pequenos produtores, as cantinas estão pagando R$ 0,52 pelo quilo (há quatro anos não saia dos R$ 0,46) e até, em alguns casos, dependendo da região e da qualidade que a uva chega na cantina, até R$ 3,00 pelo quilo. O grande responsável por essa melhoria de preço é o crescimento da produção de espumantes e dos sucos. O Brasil e o mundo querem espumantes e sucos.
Há quem acredite, até, que esta melhoria de preços deverá dar uma inejção de ânimo nos jovens filhos de produtores que estavam desiludidos com a viticultura e começam a abandonar a colônia, trocando-a pela vida na cidade e, principalmente, pelo emprego na indústria metalmecânica, atividade de grande desenvolvimento na região. A preocupação com a fixação dos jovens no campo, junto aos parreirais, é uma das preocupação do novo presidente da Aprovale, Rogério Valduga, proprietário da Vinícola Torcello. Ele acredita que, se não se descobrir uma maneira de segurar o jovem nos vinhedos, dificilmente o setor manterá seu desenvolvimento. Para fazer a colheita das uvas, as empresas já precisam buscar trabalhadores a mais de 150 quilômetros da região.

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