Com quase 90% do mercado brasileiro, Chile, Argentina, Itália, Portugal dominam importações de vinhos. A importação de vinhos pelo Brasil cresceu 27% em 2010. A informação é do Ibravin, com base em números coletados junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De janeiro a dezembro do ano passado, entraram no País 75,3 milhões de litros de vinho estrangeiro, vindos de 30 países, ante 59,2 milhões de litros que ingressaram no Brasil nos 12 meses de 2009, originados de 32 nações. Este é o maior volume de vinho já importado pelo Brasil, superando o antigo recorde de 60,8 milhões de litros verificado em 2007. Desde 2004, quando foram 39 milhões de litros de vinho estrangeiro entraram no Brasil, o crescimento nas importações quase dobrou, somando 93%.
Mas o ingresso de vinho importado no Brasil não significa obrigatoriamente que tenha ocorrido aumento no consumo de vinhos estrangeiros. Informações coletadas em lojas especializadas e supermercados dão conta de que os estoques de importados são grandes, suficientes até para suprir a demanda de quase todo o ano de 2011. Em 2009, por exemplo, o crescimento nas importações de vinhos foi de apenas 2%, interrompendo até uma pequena queda em 2008, quando entraram 57,9 milhões de litros contra 60 milhões de litros em 2007.
A principal causa deste aumento atípico de quase 30% nas importações de vinhos pelo Brasil é a implementação do Selo de Controle Fiscal para vinhos nacionais e importados pela Receita Federal. Inicialmente, os vinhos só poderiam sair das vinícolas, engarrafadoras e importadoras com o Selo de Controle Fiscal a partir do dia 1º de novembro de 2010. “Isso provocou uma corrida das importadoras para fazerem estoques de vinhos importados, daí o aumento fora da normalidade”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Júlio Fante. Mas a Receita Federal adiou a exigência do Selo Fiscal para 1º de janeiro de 2011. “Sem dúvida tivemos um ano anômalo em razão do selo”. Por isso, a expectativa é de que as importações de vinhos sejam muito baixas nos primeiros meses do ano, compensando o acréscimo excessivo de 2010.
O levantamento do Ibravin ainda demonstra que quatro países – Chile, Argentina, Itália e Portugal – são responsáveis pelo envio de quase 90% do vinho importado ao Brasil. Os chilenos lideram, de longe, o ranking de maiores exportadores de vinho ao nosso País, com o envio de 26,5 milhões de litros em 2010, um crescimento de 17,7% em relação a 2009. O Chile, sozinho, vendeu 46% a mais do que todo o volume de vinhos finos brasileiros comercializados no mercado interno. A Argentina, na segunda posição, com 18 milhões de litros colocados no ano passado, 22% a mais do que o ano anterior, é responsável por praticamente o mesmo volume de vinhos finos brasileiros vendidos internamente, no montante de 18,1 milhões de litros. A Itália mandou 13 milhões de litros de vinhos ao Brasil em 2010, um acréscimo de 43% sobre 2009; e Portugal exportou 8 milhões de litros no ano passado, um saldo positivo de 35% sobre o mesmo período do ano anterior.
A lista dos 10 países com maior volume de vinhos comercializados no Brasil ainda é composta, pela ordem decrescente, por França (4,2 milhões/l, +22%), Espanha (2 milhões/l, +41,5%), Uruguai 1,25 milhão/l, +67%), África do Sul (0,97 milhão/l, +93,5%), Austrália (0,41 milhão/l, +51,6%) e Estados Unidos (0,22 milhão/l, +140%). Alemanha e Nova Zelândia, na 11ª e 12ª posição, respectivamente, foram os países que obtiveram o maior aumento percentual de venda ao Brasil, com 238% de crescimento para os vinhos alemães e 229% para os neozelandeses.
Ranking dos principais países exportadores de vinho ao Brasil:
1º Chile (26,5 milhões de litros, crescimento de 17,7%)
2º Argentina (18 milhões/l, +22%)
3º Itália (13 milhões/l, +43%)
4º Portugal (8 milhões/l, +35%)
5º França (4,2 milhões/l, +22%)
6º Espanha (2 milhões/l, +41,5%)
7º Uruguai 1,25 milhão/l, +67%)
8º África do Sul (0,97 milhão/l, +93,5%)
9º Austrália (0,41 milhão/l, +51,6%)
10º Estados Unidos (0,22 milhão/l, +140%).
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