Os Vinhos da Península de Setúbal (Portugal) receberam recentemente
importantes reconhecimentos. Trinta e dois moscatéis da região obtiveram
excelente pontuação na prestigiada publicação The Wine Advocate/eRobert
Parker. Mark Squires, provador oficial dos vinhos de Portugal para a
publicação, descreve-os como “os melhores vinhos que ainda desconhecemos”. No
final de 2015, o mesmo especialista destacou 22 vinhos tintos finos, da
casta Castelão predominantemente (com pelo menos 50% da uva), que atingiram
entre 85 e 92 pontos na lista da The Wine Advocate (veja a lista
abaixo). Nas palavras de Squires, “os vinhos envelhecem lindamente de forma a
fundir a intensidade de sabor com notas mais maduras e começam a parecer
simplesmente maravilhosos”.
Segundo o presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal
(CVRPS), Henrique Soares, as
avaliações positivas são o resultado dos investimentos feitos pelos produtores nos últimos anos. “São classificações que muito
nos orgulham. Os Castelões, especialmente, colocam a Península de Setúbal
em um patamar de qualidade em que poucas regiões conseguem chegar. Além disso,
essas críticas têm relevante impacto em mercados
como Reino Unido, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, China, norte-americanos e também
no Brasil, o que nos leva a esperar bons resultados em 2016”, avalia.
O investimento no mercado brasileiro é uma das prioridades para
2016, de acordo com Soares. Ele destaca que a CVRPS marcará presença nos
eventos “Vinhos de Portugal” (parceria com o Jornal O Globo) e na “III Ronda
Enogastronômica dos Vinhos da Península de Setúbal”, ambos a serem realizados
no Rio de Janeiro e em São Paulo. Também estão programadas palestras para
profissionais do setor nas Associações Brasileiras de Sommeliers do Rio de
Janeiro, de São Paulo, de Campinas, de Belo Horizonte e de Brasília. Soares
destaca ainda a expectativa de aumento de vendas por conta do movimento que
será gerado durante os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. “Esperamos
que seja mais uma chance de crescimento para os vinhos portugueses no Brasil,
oportunidade que procuraremos agarrar com ambas as mãos”.
Embora as taxas sejam altas para os vinhos importados, os
produzidos em
Portugal estão entre os mais consumidos no Brasil. Heitor Soares
acredita que, mesmo com a crise financeira prevista para o país e para o mundo,
os vinhos portugueses manterão seu lugar na mesa do consumidor brasileiro. “A
crise tem sido uma oportunidade para a Península de Setúbal, tanto no mercado
português quanto pelo mundo. O Brasil é um exemplo. Nosso preço é, por vezes,
ligeiramente inferior ao das escolhas habituais. Isso abre uma porta para que o
consumidor experimente nossos vinhos. Geralmente, as pessoas ficam muito
satisfeitas com a qualidade e se tornem fieis à região”, comemora.
Henrique Soares ressalta a proximidade histórica com o mercado
brasileiro e brinca: “A grande percentagem de DNA que partilhamos faz com que
um vinho português, no Brasil, seja quase um produto ´made in Brasil’. Da mesma
forma, em Portugal, quando compramos produtos
brasileiros, sentimos que estamos optando por um ‘made in Portugal’. Entre uma
manga ou um papaia produzidos no Brasil ou noutro país qualquer não hesitamos
em comprar a proveniência ‘portuguesa’!”.
Pontuação de RobertParker.com
2009 Periquita Superyor
José Maria da Fonseca
92
2008 Periquita Superyor
Maria da
Fonseca
92
2009 A.S. Cinquenta
António Saramago
91
2013 Grande Reserva Vinhas Velhas Casa
Agrícola Horácio Simões 91
1999 Periquita
José Maria da Fonseca
90
2013 Quinta da Mimosa
Casa Ermelinda
Freitas
90
2013 Quinta do Piloto Reserva
Quinta do
Piloto
90
2012 Pegos Claros Vinhas Velhas Herdade
de Pegos
Claros
90
2010 António Saramago Reserva António
Saramago
89
2013 Serra Mãe Reserva
SIVIPA
89
2013 Vinha Val’dos Alhos
Casa Agrícola Horácio
Simões 89
2013 Dona Ermelinda Reserva
Casa Ermelinda Freitas
88
2012 Pegos Claros
Herdade de Pegos
Claros
88
2013 ASF Fernão Pó Adega
Freitas &Palhoça
88
2013 Adega de Palmela Reserva 60
Adega C. de
Palmela
88
2010 Lobo Mau Reserva
Casa Agrícola Assis Lobo
88
2012 Quinta do Piloto Reserva
Quinta do
Piloto
88
2011 Fontanário de Pegões
Coop. Agrícola St. Isidro de Pegões 88
2013 Periquita Original
José Maria da
Fonseca
87
2013 Villa Palma Colheita Seleccionada
Adega Coop. de Palmela 87
2012 Sobreiro Premium
Coop. Agrícola St. Isidro de
Pegões
87
2013 Palmela
Adega Coop. de
Palmela
85
Casta tinta Castelão: É a mais cultivada no sul de Portugal. Possui um grande poder de adaptação a diferentes condições climáticas, o que lhe dá uma notável versatilidade. É conhecida na região da Península de Setúbal por Periquita, nome que teve origem na propriedade chamada Cova da Periquita, estabelecida na localidade de Azeitão por José Maria da Fonseca, por volta de 1830. A casta ocupa cerca de 60% do encepamento da Península de Setúbal, região à qual se adapta muito bem. É sobretudo nos terrenos arenosos e nas vinhas velhas da região que a casta dá o melhor de si e de onde saem os vinhos mais estruturados, carnudos e intensos. Os vinhos da casta Castelão são frutados, insinuando aromas de cereja, groselha, castanha, ameixa confitada, amoras e framboesa, que se harmonizam bem com o estágio em barris de carvalho. Apresentam excelente capacidade de envelhecimento.
A CVRPS tem como principal missão a defesa das DO Setúbal e Palmela e IG
Península de Setúbal, bem como a aplicação da respectiva regulamentação, o
fomento e controle dos vinhos produzidos nas respectivas áreas geográficas e a
garantia da sua origem, genuinidade e qualidade. http://www.vinhosdapeninsuladesetubal.pt/
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