quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vitivinicultores argentinos e brasileiros reúnem-se para discutir ações conjuntas


Reunião de brasileiros e argentinos em Bento Gonçalves
Foto Orestes de Andrade Jr.
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Depois de dois anos, os vitivinicultores brasileiros e argentinos voltaram a se reunir oficialmente para debater ações conjuntas com vistas ao desenvolvimento do mercado de vinhos no País. O encontro ocorreu na manhã de terça-feira (12), na Sala Piemonte, do Hotel Dall’Onder Vitória, em Bento Gonçalves. O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), Júlio Fante, foi o anfitrião do presidente da Corporacion Vitivinicola Argentina (Coviar), Lorenzo Capece, acompanhado de Alberto Arizu, presidente do Wines of Argentina, Cristina Bracheta (diretora-executiva da Coviar) e José Alberto Zuccardi.
Brasileiros e argentinos discutiram a criação de um Plano Estratégico Vitivinícola do Mercosul, cujo objetivo seria encontrar coincidências para superar as dissidências. “Os nossos problemas são muito semelhantes”, disse o presidente da Coviar, Lorenzo Capece. “Devemos procurar pontos de consenso para enfrentar juntos as dificuldades impostas pelo mercado”, afirmou o presidente do Ibravin, Júlio Fante. Nesse sentido, foi debatida uma proposta de promoção conjunta do consumo responsável de vinho no Brasil. “Temos um mercado com um potencial de crescimento muito grande, com espaço para os vinhos brasileiros e também para os importados, desde que a concorrência ocorra de forma saudável em um ambiente competitivo responsável”, ponderou Fante.
A ideia inicial é buscar recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do FOCEM (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul) para fazer uma campanha no Brasil divulgando os benefícios do vinho como alimento para a saúde das pessoas. Na Argentina, lembrou Capece, o governo federal acaba de reconhecer o vinho como bebida nacional, como alimento saudável e estratégico para os argentinos. “Tem que acontecer o mesmo no Brasil”, salientou. A intenção da campanha, além de recomendar o consumo moderado da bebida, é esclarecer os consumidores e os canais de distribuição sobre as particularidades do vinho em geral. “O Estudo de Mercado realizado em 2008, unindo Ibravin e Coviar, mostrou que existe um alta grau de desconhecimento dos brasileiros em relação ao vinho”, lembrou Zuccardi. Um novo encontro será marcado para seguir na implementação deste Plano Estratégico Vitivinícola do Mercosul, atraindo o Uruguai para as discussões. A partir de agora, o contato será contínuo entre os vitivinicultores brasileiros e argentinos.
Outro resultado do encontro foi o consenso de que é preciso estabelecer uma estratégia conjunta dos setores vitivinícolas de ambos os países tendo em vista as negociações do Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia. Ainda foi acertado o seguimento do debate acerca de uma cooperação técnica para análise de vinhos entre o Brasil e a Argentina. Os brasileiros também deixaram evidente o desejo de rever os termos do Acordo de 2005, que estabeleceu um piso mínimo para entrada de vinhos argentinos ao Brasil. Hoje, em torno de 60% dos vinhos argentinos vendidos no País ingressam abaixo dos custos de produção nacionais, criando um desequilíbrio competitivo.
O governo estadual, através de Plínio Manosso, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e o governo federal, por meio de Edgar Luis Rodrigues, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), acompanharam o encontro, assim como lideranças da Uvibra (Henrique Benedetti), Agavi (Elmar Viapianna e Darci Dani), Fecovinho (Alceu Dalle Molle e Hélio Marchioro), Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves (Inês Beltoni), Abrasuco (José Stefenon), Embrapa Uva e Vinho (José Fernando Protas), Comissão Interestadual da Uva (Olir Schiavenin e Eduardo Piaia) e da Câmara Setorial da Viticultura, Vinhos e Derivados (Arnaldo Passarin).

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