O governo federal definiu, nesta quarta-feira (10), as regras dos leilões para a destilação de 40 milhões de litros de vinho entre esta e a próxima safra. As definições foram discutidas durante reunião de representantes do setor vitivinícola gaúcho com o diretor de Política Agrícola e Informações (Dipai) da Conab, Silvio Porto, a técnica de Planejamento, Bruna Bucchianeri, e o coordenador-geral da Secretaria de Política Agrícola do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), João Antônio Fagundes Salomão, na Cooperativa Linha Jacinto, em Farroupilha. “O primeiro leilão será realizado em abril e pretendemos concluir a operação em maio”, anunciou Silvio Porto. Todas as empresas vinícolas podem participar dos leilões.
O prêmio a ser pago será de R$ 0,16/litro para o destilado oriundo do vinho de mesa e R$ 0,33/litro para o destilado produzido a partir do vinho fino. Somente terão acesso ao prêmio quem adquirir uva de outros produtores. “Esta ação está dentro da política agrícola do governo, que tem o objetivo de garantir o pagamento do preço mínimo da uva ao produtor nesta e na próxima safra”, afirma Silvio Porto. Segundo ele, os leilões também servirão para reduzir parte significativa do excesso de estoque, além de qualificar o vinho da próxima safra.
“O governo federal demonstrou que está sintonizado com o setor, ou seja, atendeu nossos pedidos mais urgentes, que nos dão fôlego para seguir nosso trabalho de organização, melhora da qualidade dos produtos e conseqüente crescimento”, destaca o presidente do Ibravin, Júlio Fante. “A solidariedade no enfrentamento das nossas dificuldades ajudam a criar uma base para a busca de uma auto-sustentação maior do setor vitivinícola”.A Conab investirá R$ 38 milhões de recursos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) para a destilação de 34 milhões de litros de vinho de mesa e 6 milhões de vinho fino. Este volume irá gerar 4,8 milhões de destilado de vinho, suficiente para corrigir 202 milhões de litros de vinho desta e da próxima safra. A correção deverá ser de dois graus (2º) de álcool em substituição ao uso do açúcar. Até a próxima semana serão definidas as quantidades e o número de leilões que serão realizados a partir de maio.
Para comprovar a operação e receber o prêmio, as empresas vinícolas terão de comprovar a produção ou aquisição de destilado de vinho da safra deste ano, respeitar o limite de compra de 70 mil quilos de uva por produtor e apresentar laudo técnico atestando presença de 70% de carbono (para comprovar a existência de destilado de vinho).
Além disso, está mantida a permissão às vinícolas para negociarem 10 milhões de litros de vinho comercializados via leilões no ano passado. O limite anterior era novembro de 2009. “Estas medidas contribuem para o nosso planejamento de zerar os estoques de vinho excedentes no final do ano”, prevê o diretor-executivo da Fecovinho (Federação das Cooperativas Vinícolas do RS), Hélio Marchioro, integrante do Conselho Deliberativo do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho). Para alcançar esta meta, Marchioro aguarda a confirmação de outras medidas por parte do governo federal, como a regulamentação da produção e venda de vinagre e a adoção do Selo Fiscal para vinhos nacionais e importados. “Isto está muito perto de ocorrer e será bastante positivo para o setor”, ressalta.
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