terça-feira, 1 de março de 2011

Um tannat para beber antes de morrer


A "parrilla", com "morcilla", cordeiro "cara mora" e "bondiola", na Carrau

Adriano Miolo e Francisco Carrau, na Bodega Carrau, em Rivera
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De noite, sob um céu estrelado maravilhoso, onde a Via Láctea brilhava esplendorosa e o Cruzeiro do Sul apontava o rumo, visitamos a Vinícola Carrau, em Rivera, onde fomos recebidos com simpatia e fidalguia por Francisco Carrau, um dos proprietários, já que Javier Carrau se encontrava em Buenos Aires. Depois de visitar o vinhedo e a cantina, fomos para uma excelente “parrillada” (carnes assadas à moda uruguaia) e um verdadeiro desfile dos melhores vinhos dos Carrau, tanto os produzidos ali, no Cerro Chapéu, quanto em Las Violetas, em Canelones.
Numa deferência muito especial, Francisco abriu, entre outras garrafas, um Tannat 1979, o primeiro vinho elaborado (em Canelones) com uvas colhidas em Rivera. Apesar dos 31 anos, estava vivo e maravilhoso. Em Rivera, os Carrau tem 300 hectares, 45 há dos quais dedicados aos vinhedos. No restante, criam gado e ovinos “cara mora”. O 79 foi o primeiro Reserva do Uruguai. Depois, ele abriu um Cabernet Franc 1989, seguido de um Sauvignon Blanc Sur Lie 2010.
Em outra homenagem que dificilmente iremos esquecer, Francisco Carrau abriu um maravilhoso Amat 2002, vinho que teve a distinção de ter sido colocado no livro que selecionou os “mil vinhos que devem ser degustados antes de morrer”. Alguns colegas, depois deste Amat, não quiseram saber dos demais, mas o desfile de grandes vinhos continuou: CJ Carrau Pujol 2007, uma assemblage cabernet franc, cabernet sauvignon e tannat, dos campos de Rivera; um Ysern Cabernet Sauvignon 2004, corte de vinho de Las Violetas e do Cerro Chapéu; um Tannat Reserva 2006 Juan Carrau, soberbo; mais um Amat, agora 2005, de Rivera; um Arerunguá Tannat 2002; outro Amat Tannat, desta vez 2002, também do Cerro Chapéu; e outro Amat Tannat, desta vez 1998, o seu primeiro ano.
Tudo isso para acompanhar “morcilla salada y dulze”, “chorizo y bandiola” e um bem assado cordeiro “cara mora”, além de uma “ratatouille” preparada por um jovem enólogo francês que está fazendo estágio nos Carrau. Duas jovens enólogas, uma canadense e outra norte-america, também contribuíram para a festança preparando saladas e batatas achatadas. Não foi fácil abandonar aquela mesa antes da meia-noite.

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