quarta-feira, 30 de março de 2011

Contra importação de suco de uva

O Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) e demais entidades do setor vitivinícola brasileiro voltaram a solicitar ao governo brasileiro a permanência da proibição de importação de suco de uva concentrado a granel, destinado à industrialização, vindo da Argentina. O pedido enviado oficialmente às autoridades brasileiras foi motivado pela perspectiva de uma nova investida da presidente argentina Cristina Kirchner sobre a presidente brasileira Dilma Rousseff pedindo a liberação deste produto da Argentina para o Brasil.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde, informou o Ibravin que conversou com o assessor para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, que disse que o tema foi debatido internamente pelo governo. Segundo ele, a posição do governo é que “é legítimo que o governo argentino traga o tema para pauta das reuniões, mas que o governo brasileiro já tem posição contrária a este pleito e pretende continuar apoiando o setor produtor de uvas, sucos e vinhos do Brasil.”
Histórico – para saber mais
No dia 27 de julho do ano passado, uma comitiva do setor vitivinícola gaúcho esteve em Brasília em audiência com os ministros da Agricultura, Wagner Rossi, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, para solicitar a permanência da proibição de importação de suco de uva concentrado a granel vindo da Argentina. Carlos Raimundo Paviani (diretor-executivo do Ibravin), Arnaldo Passarin (presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Viticultura, Vinhos e Derivados), Benito Panizzon (presidente da Agavi), Raimundo Bampi (Comissão Interestadual da Uva) e José Carlos Estefenon (conselheiro da União da Brasileira de Vitivinicultura) representaram os interesses de 20 mil famílias de viticultores gaúchos e de mais de 700 vinícolas familiares de micro e pequeno porte, responsáveis por mais de 100 mil pessoas.
“Estamos alarmados e angustiados com esta possibilidade, que, se confirmada, será um desastre para a cadeia produtiva vitivinícola gaúcha e brasileira”, disse, na época, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Viticultura, Vinhos e Derivados, Arnaldo Passarin. “Não se trata de uma discriminação e sim de uma necessária preocupação de proteger um setor frágil e ainda em formação”, argumentou o presidente da Agavi, Benito Panizzon.
Nos documentos entregues no ano passado aos ministros da Agricultura e Desenvolvimento Agrário foram citados quatro argumentos principais contra a importação a granel do mosto concentrado argentino pelo Brasil. São eles: 1) fatores de ordem jurídica: a vedação legal; 2) fatores de ordem sócio-econômica; 3) fatores relativos à concorrência desleal: subsídios aos produtores argentinos; e 4) fatores relativos ao abastecimento do mercado interno.
“Esta justa reivindicação, aceita pelo governo brasileiro, permite a continuidade do processo de crescimento e desenvolvimento da vitivinicultura brasileira, sob pena de levar o setor a um colapso total e sua integral sucumbência, com conseqüências sociais funestas em toda a cadeia produtiva, com mais de 100 mil pessoas atingidas pelo êxodo rural e desemprego”, reitera o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Paviani.

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