terça-feira, 1 de março de 2011

Guatambu, com a tradição e a paz do Pampa


Walter José mostrou o projeto da Guatambu, no alto da coxilha, em Dom Pedrito

Gabriela, responsávelpelos vinhedos, confere os Brics

Isadora adiou o casamento até a inauguração da Cantina da Guatambu
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O grande empresário rural Walter José Pötter, produtor de arroz, milho, soja, sorgo e grande criador de gado hereford e braford, aproveitou o encontro da Associação dos Produtores de Vinhos da Região da Campanha para levar os participantes até a sede de seu grupo, junto à rodovia federal de acesso a Dom Pedrito, para o lançamento da pedra fundamental da cantina que começou a construir, exatamente, no dia 28 de fevereiro, segunda-feira. Será um imponente prédio estilo espanhol, como as velhas estâncias do Pampa gaúcho, onde vinificará seus vinhos e montará uma estrutura de enoturismo para atender os visitantes, pois o prédio se situa numa posição privilegiada, no alto de uma coxilha.
Pötter sempre gostou de vinho, mas o que levou a investir na vitivinicultura foi o fato de sua filha Gabriela ter estudado agronomia, com especialização em enologia, e também gostar de viníferas e de vinhos. No lançamento da pedra fundamental, além de Gabriela, estavam as outras duas filhas – Raquel e Isadora – e sua esposa, Nara, todas entusiasmadíssimas com o projeto. Isadora gosta tanto que chegou a adiar seu casamento para após a conclusão da cantina, pois pretende fazer a cerimônia e a festa em suas instalações.
O topo da coxilha foi aprofundado, para abrigar os tanques e a adega, e ainda haverá outros dois patamares, acima, onde estarão o restaurante, a degustação e vendas de vinho. Como sempre fez em suas outras atividades de grande empresário do agronegócio, Pötter convidou outros empreendedores para conhecerem o projeto e incentivá-los a trabalharem unidos pelo fortalecimento do setor, uma atividade nova na Região da Campanha.
Depois do descerramento da placa sobre uma grande pedra, que marcará a entrada da cantina, todos se deslocaram para a Estância Leões, um prédio com 102 anos de idade, cujas terras foram escolhidas por Gabriela para o estabelecimento dos vinhedos. Visitamos alguns dos quadros já produzindo com fartura e ela informou e mostrou várias novidades, como a máquina de calor para evitar o uso de agrotóxicos. Em abril, na ExpoVinis, em São Paulo, a Vinícola Guatambu vai lançar seu primeiro espumante, que está sendo elaborado pelo enólogo uruguaio Alejandro Cardozo
Já estão no mercado brasileiro alguns vinhos da Guatambu, comoo o Cabernet Sauvignon Rastros do Pampa Premium e o Sauvignon Blanc, poeticamente batizado de “Ecos do Pampa”. O vinho branco, safra 2010, mereceu especial destaque pelo seu frescor. A degustação foi um verdadeiro sucesso.
O vinho varietal Cabernet Sauvignon safra 2009, foi lançado na Expovinis 2010, durante a degustação do projeto do Ibravin “Para saber os sabores dos vinhos do Brasil”, onde recebeu uma das maiores pontuações entre os vinhos tintos brasileiros. Também recebeu Medalha de Ouro no 6º Concurso Internacional “Emozioni dal Mondo”, realizado na Itália, Medalha de Prata no V Concurso Internacional de Vinhos do Brasil e foi selecionado entre os 30% superiores na Avaliação Nacional dos Vinhos 2009.
Apresentando 13% de grau alcoólico, destaca-se pelos aromas intensos de frutas maduras negras, de boa complexidade, e os taninos bem resolvidos e macios. Vindo do bioma Pampa Gaúcho, é marcado por um terroir com mais de 2.300 horas de luminosidade durante o período vegetativo da videira e escassez de chuvas no verão, garantindo a maturação fenólica das uvas e a opulência de seus vinhos. Foi elaborado em parceria tecnológica na vinícola experimental da Embrapa Uva e Vinho, e passou 2 meses em barril de carvalho francês Allier média tostagem. Rastros do Pampa Premium é um lote limitado de 12.000 garrafas numeradas.
Já o vinho varietal Sauvignon Blanc 2010, lançado em outubro passado, durante o 38º Remate Guatambu, Alvorada e Caty, em Dom Pedirto, foi elaborado em parceria tecnológica na vinícola Piagentini, em Caxias do Sul, e assinado pelo enólogo uruguaio Alejandro Cardozo, especializado em vinhos brancos. Apresenta coloração verde prata, brilhante e límpida com aromas finos e delicados de broto de tomate e notas finais cítricas. Ao paladar, revela amplo volume e estrutura, mostrando-se fresco e elegante, com muita untuosidade, aliado à intensa acidez. Possui lote limitado de 2.570 garrafas numeradas.
A degustação se estendeu até tarde da noite e só foi encerrada por causa do frio noturno, pois a maioria dos visitantes não estava preparada para a queda de temperatura que ocorre à noite e que é, exatamente, uma das grandes vantagens da região para o plantio de viníferas. Foi uma pena deixar aqueles vinhos, aquela excelente conversa e a linda música gaúcha executada por uma jovem cantora de Dom Pedrito.
Assim como havia feito no almoço, na Cordilheira de Sant´Ana, Francisco Carraus e seus enólogos estagiários – um francês, uma canadense e uma norte-americana – se juntaram à caravana para conhecer a Vinícola Guatambu. Walter José Pötter e sua família – Nara, Gabriela, Raquel e Isadora – que já contribuem para o desenvolvimento sócio-econômico do Rio Grande do Sul, com a produção agropecuária de seus 10 mil hectares, distribuídos em 5 estâncias, estão de parabéns com o novo empreendimento vitivinicola.

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