domingo, 28 de novembro de 2010

Suco de uvas no Vale do São Francisco

A elaboração do suco de uva é a nova alternativa de renda para os produtores do Vale do São Francisco, no Nordeste. Para dar suporte aos agricultores, pesquisadores da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE) e da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS) desenvolveram métodos para elaborar o suco de uva a partir de processos industriais mais rápidos e durante o ano inteiro.
De acordo com o pesquisador na área de enologia da Embrapa Giuliano Elias Pereira, o suco de uva proporciona um retorno financeiro mais rápido para o produtor, que enfrenta problemas com a desvalorização do dólar, a irregularidade das chuvas e o aumento do custo da produção de uvas de mesa. “Enquanto o processo fermentativo e de estabilização para os vinhos dura de 50 a 60 dias (vinhos jovens) ou até dois anos (vinhos de guarda), o suco está pronto para o consumo em quatro ou cinco horas após o recebimento da uva", destaca.
O processo é experimental, mas já atraiu a atenção de pequenos, médios e grandes produtores da região, que poderão utilizar o espaço e os equipamentos da Embrapa Semiárido para processar o suco. "A ideia é realizar pesquisas científicas e prestar serviços em parceria com os pequenos, médios e grandes proprietários, mostrando que podem se organizar e trabalhar em sistema de associação ou cooperativa", enfatiza Pereira. Com investimentos de R$ 300 mil em equipamentos e instalações, o agricultor pode processar cerca de 1,5 mil litros de suco por dia.
O pesquisador explica que a elaboração de suco poderá ocorrer o ano inteiro porque as variedades de uva utilizadas na região são mais tolerantes à chuva. As principais cultivares utilizadas para a produção de suco no Vale do Submédio São Francisco são a Isabel Precoce, BRS Cora e a BRS Rúbea, desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho. Outras variedades, como a BRS Carmem e a BRS Violeta, têm apresentado resultados promissores e também serão avaliadas. Mudas e gemas dessas e de outras cultivares, bem como estacas de porta-enxertos, podem ser adquiridas de viveiristas licenciados ou da própria Embrapa.

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