segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Vindima 2013 - 15 - Interessantes surpersas na Angheben


                                            Eduardo Angheben e uma de suas surpresas
                               Chef Luciana Leite, de Cuiabá, chegando na vinícola Angheben
                                Fotos DU/JN

Nossa última visita no dia primeiro de fevereiro foi à vinícola Angheben, fundada em 1999, mas por alguém que já tinha muita experiência em vinhedos e vinhos, Idalêncio Angheben, professor e enólogo.. Ele trabalha com seu filho Eduardo, também enólogo, e fazem um vinho mais europeu do que Novo Mundo, produzindo cerca de 30 mil garrafas/ano.
Começamos com um Espumante Brut Champenoise Angheben, com 12,5 graus de álcool, 100% Chardonnay, que é vendido a R$ 46,00. Excelente perlage, boa acidez, sabor delicado na boca. Espumante de alta qualidade, o qual permaneceu em contato com as leveduras por doze meses. Depois, bebemos um Gewurztraminer 2012, cujo resultado foi muito bom, sabendo-se que é uma difícil de produzir, mesmo em Encruzilhada do Sul, na serra do Sudeste, de onde ela procede. É um vinho muito floral, 13 de álcool, que explode gostoso na boca. Custa R$ 38,00.
O terceiro vinho foi um Pinot Noir super agradável, leve, mas intenso de aromas, também com uvas de Encruzilhada do Sul, coloração vermelho vivo, aroma de frutas vermelhas como morango e framboesa, compotas doces e caramelo. Ao paladar mostra-se um vinho leve, de taninos macios e sedosos.
Eduardo Angheben gosta de buscar novidades, como o resgate que está fazendo da uva Barbera. Provamos o Barbera Angheben 2010, que passou 16 meses em barrica de carvalho francês, um dos mais comercializados pela empresa. 40% passou por madeira leve, corpo médio, resultando num vinho muito macio, fácil de beber devido a seus taninos “redondos”, com grande intensidade aromática, equilibrado e muito envolvente. O Barbera 2007, um pouco mais leve que o de Piedmonte, é um campeão de sabor e acidez perfeita, delicioso e fresco. O quinto vinho foi um Tourtiga Nacional 2008, intensa coloração, aromas florais como violeta e madre-silva, abrindo para notas de frutas vermelhas e um toque de caramelo. Paladar agradável, taninos potentes e adocicados, com grande volume e persistência.
O vinho de nº 6 foi um Teroldego 2008, que é vendido a R$ 78,00. É um vinho bem incorpado, que exige ooxigenação no decanter – cerca de 40 minutos . Idalêncio garante que foram pioneiros no cultivo desta uva de origem portuguesa que encontrou, em Encruzilhada do Sul,um ambiente extremamente favorável, gerando um vinho potente, encorpado, com aromas intensos e complexos, e paladar harmônico e marcante. Os taninos são concentrados, mas macios, ideais para acompanhar uma picanha de cordeiro ou de javali.
Finalmente, a grande surpresa da Angheben, um Rebo, uma uva nova na região, da qual foram elaboradas apenas 70 garrafas, uma microvinificação que, por enquanto, não será colocada no mercado varejista. Um vinho interessante, atraente, com um toque de Merlot, mas que não será uma degustação rápida, como esta, sob um calor de quase 40 graus, que permitirá dizer tudo sobre ele. Vou ter que voltar na Angheben para provar mais alguma das 70 garrafas do Eduardo.

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