segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Foi um sucesso o vinho na avenida, com a Vai Vai, em São Paulo



Carlos Raymundo Paviani, diretor do Ibravin, e Alceu Dalle Molle, presidente, e sua esposa fizeram voto com Ana Hickamnn, Madrinha da Vai Vai.
Fotos DU/JN


                                               Eu, bloguista e carnavalesco, a bela Ana Hickmann
                                               Foto Marcela Duarte

Um dos carros da Vai Vai sobre a uva e o vinho
Foto Ibravin
Maior vencedora do Carnaval paulista, escola de samba Vai Vai, do bairro Bixiga, em São Paulo, poderá repeir o sucesso de anos anteriores com o belo desfile que fez, na madrugada de sexta-feira para sábado, apresentando o tema Vinhos do Brasil, com apoio dos Instituto Brasileiro do Vinho e várias vinícolas. Até cheirinho de uva teve na passagem do carro abre-alas, bem como a apresentação da bela Ana Hickmsnn, madrinha da escola, na passarela do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. A Vai Vai tem 14 títulos e poderá sair ganhando mais um na apuração dos votos dos jurados terça-feira. Desfilou com seus quase 4 mil integrantes contando e cantando a história do vinho no Brasil.
A inciativa do patronício foi do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), com a cota master exclusiva da Verallia. Outros patrocinadores foram a Tetra Pak e as vinícolas Aurora, Cereser, Góes, Greenday, Perini e Salton. O apoio foi da Scholle Packaging, da Miolo, da Santille e da Alberto Belesso. O suco de uva também está presente com patrocínio das marcas Greenday e Jota Pe. O Ibravim montou um camarote para mais de 350 pessoas, muitas de Caxias do Sul, inclusive a Rainha da Festa da Uva, de Bento Gonçalves, Flores da Cunha e moutras cidades produtoras de vinho. Vários jornalistas da serra e de Porto Alegre participaram. Antes de ir para a avenida, a bela modelo e apresentadora de TV Ana Hickmann, passou pelo camarote, linda e simpática, e fez fotos com Alceu Dalle Molle, Raymundo Paviani, Diogo Bertolini e outros diretores, além do público que a aplaudiu muito.
A Vai-Vai iniciou o desfile com um magnífico carro alegórico contando a história do vinho, enfatizando o seu aspecto religioso e sagrado. Depois, entrou a produção brasileira de vinhos, tratando das diversas regiões vitivinícolas, ressaltando a evolução da qualidade dos rótulos verde-amarelos. Por fim, a sustentabilidade fechou com chave de ouro o desfile, cujo tema foi “Sangue da terra: videira da vida: um brinde de amor em plena avenida – Vinhos do Brasil”. “Foi um desfile em alto astral, alegre, como é o vinho brasileiro”, afirmou Cahê Rodrigues, carnavalesco que fez a sua estreia no Carnaval de São Pauloa. “Estou muito empolgado. O enredo é muito bom, o tema é perfeito, o que torna o projeto audacioso. Com a força da comunidade e a qualidade dos Vinhos do Brasil vamos buscar o título”, ressaltou. O refrão do samba-enredo da Vai-Vai sobre os Vinhos do Brasil já pegou em São Paulo, que cantou, no desfile, junto com a escola: “Divino eu sou / Sangue da terra, videira da vida / Num brinde de amor transbordo em plena avenida”. “Fomos em busca do 15º campeonato com a benção dos Vinhos do Brasil”, diz o presidente da escola, Darly Silva, o Neguitão, acrescentando seu tradicional bordão: “Doa a quem doer”.
A Vai-Vai, que ficou em 3º lugar no ano passado, foi a quarta escola a entrar na avenida na primeira noite do desfile do Grupo Especial paulistano. Ou seja, já era sábado (9) quando a “Saracura” entrou no Anhembi. “A parceria com o Ibravin possibilitou um desfile que promete ser um divisor de águas no Carnaval paulistano”, comentou Neguitão. “É com muito orgulho que contamos a história e a evolução dos vinhos do Brasil”, acrescenta ele, que incorporou o consumo de vinho e espumante ao seu dia a dia. “Além de fazer bem pra alma, o vinho faz bem pra saúde”, comenta.
“Queremos democratizar o consumo de vinho no Brasil, por isso, nada mais adequado do que investirmos no Carnaval, uma festa sempre ocupada por outras bebidas”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Alceu Dalle Molle, que botou a fantasia e caiu no samba na avenida. “Os vinhos e os espumantes são bebidas essencialmente democráticas, que podem e devem ser consumidas em todas as ocasiões. É isso que pretendemos com a parceria estabelecida com a Vai-Vai. O sucesso desta ação terminou com um grande espetáculo na avenida”, disse. É nesta linha que a frase “O Carnaval é para sair da rotina. Inclusive na hora de beber” emoldurou o palco da Vai-Vai no Bixiga. Todo mundo espera com ansiedade os resultados de terça-feira.
O gerente de Marketing do Ibravin, Diego Bertolini, informou que foram comercializados 2.500 taças de vinhos durante os desfiles na Vai-Vai em dezembro e janeiro. Ainda foram vendidas mais de 200 garrafas de espumantes e centenas de taças de suco de uva 100%. No aniversário da Vai-Vai, no dia 26 de janeiro, foram consumidas ainda 24 mil caixinhas de vinho em embalagem Tetra Pak de 250ml. Nas tradicionais feijoadas realizadas aos sábados ao meio-dia, a comunidade da Vai-Vai aderiu ao vinho apara acompanhar a refeição. “Conseguimos atrair pelo menos 20% dos frequentadores da Vai-Vai para o mundo do vinho”, festeja. Durante o desfilem no camarote do Ibravin, o espumante, os vinhos e os sucos circularam a noite toda, acompanhados por tira-gostos e um prato quente. Foi uma verdadeira festa de Baco. Mais de 120 quilos de uvas foram usados pela escola na avenida. Uma ala inteira foi formada por integrantes da Serra Gaúcha. No camarote da Liga das Escolas de Samba de São Paulo foram consumidos espumantes e vinhos brasileiros. Pela primeira vez, os Vinhos do Brasil tiveram um camarote exclusivo no Anhembi. “Montamos uma verdadeira plataforma de negócios para receber compradores e também formadores de opinião do mundo do vinho e de fora dele”, explica Bertolini. Orestes de Andrade Jr. diretor de comunicação e divulgação do Ibravin, comemorou junto com jornalistas do Rio Grande do Sul e de São Paulo que estiveram no camarote, como Décio Azevedo, Eduardo Bins Ely, este colunista, Roberto Hunof, Silvia Rosa, João Pulita e muitos outros, bem como as celebridades modelo e apresentadora Ana Hickmann, madrinha da Vai-Vai, a atriz e destaque da Vai-Vai, Adriana Lessa, e a atriz Leona Cavalli. O sommelier do Restaurante Fasano, Manoel Beato, e a sommelier do Restaurante D.O.M (do famoso chef Alex Atala), Gabriela Monteleone, desfilaram na Vai-Vai.
O Ibravin captou R$ 1,35 milhão para investir na Vai-Vai – 90% dos recursos vieram por meio da Lei Rouanet. No ano passado, os Vinhos do Brasil foram tema da Estado Maior da Restinga, que acabou como campeã do Carnaval de Porto Alegre. Do investimento de aproximadamente R$ 700 mil, mais de R$ 5 milhões tiveram retorno com mídia espontânea. Ainda foram vendidas 1,8 mil taças de espumantes no sambódromo da Capital Gaúcha. Para os próximos anos, a ideia é chegar ao Carnaval do Rio de Janeiro – a Beija-Flor, a Mocidade e a Portela já mostraram interesse em levar o tema à avenida – e também ao Nordeste. Isso, porém, só para 2015 ou 2016, pois em 2014 a Copa do Mundo de Futebol será o evento magno do país. Alguma coisa, ainda em segredo, poderá ser feita no Nordeste, onde o consumo de vinho está aumentando, talvez em Fernando de Noronha. O vinho brasileiro está disposto a investir alto...
O intérprete Wander Pires comandou pela terceira vez o samba da Vai-Vai. Por uma feliz coincidência, foi ele quem conduziu a Restinga para o título do Carnaval de Porto Alegre em 2012 com o tema Vinhos do Brasil, com apoio do Ibravin. O samba da Vai-Vai, eleito de forma democrática pela comunidade, é de autoria dos compositores Zeca do Cavaco, Ronaldinho FDQ, Osvaldinho da Cuíca, Evaldo Rodrigues e Valter Camargo. O carnavalesco Cahê Rodrigues usou cinco carros alegóricos e 31 alas para contar a história do vinho brasileiro. Tudo começa com o carro abre-alas, de quase 60 metros. “Ele conta que Noé carregou em sua arca não somente animais, mas também as sementes de videira. Com isso, ele fez com que a arte de fazer vinho não morresse. Foi uma abertura bem bíblica da escola”, revela Rodrigues. A referência bíblica segue com a transformação da água para vinho nas Bodas de Caná.
A produção brasileira de uva e vinho começou a ser contada no terceiro carro alegórico. “Nós fizemos uma adega no Brasil. A gente entende que esse ‘sangue da terra’, esse vinho, movimenta muito a estrutura do país. Muitos imigrantes vieram pra cá e, através de muita luta, de muita história de superação, foi possível tornar o vinho brasileiro o que ele é hoje”, revelou o carnavalesco, que esteve na Serra Gaúcha conhecendo as vinícolas e, sobretudo, os vitivinicultores. “Foi uma viagem encantadora porque você descobre que atrás de uma garrafa existem muitas histórias de superação, de luta e de conquistas dos imigrantes italianos que se instalaram na região e começaram a reconstruir suas vidas. Esse processo é muito lindo”, afirma Rodrigues. No carro houve imigrantes italianos pisando em uvas, lembrando como era a produção de vinhos antigamente. As uvas foram levadas a São Paulo diretamente do Vale Trentino, em Farroupilha. A produtora Maira Tartarotti forneceu boa parte das uvas Merlot que estiveram na avenida. “Para mim, é a valorização do colono”, orgulha-se. Na sequência, o quarto carro teve o símbolo da escola, o personagem Criolé, oferecendo um grande banquete regado a vinho. A quinta alegoria concluiu o desfile com uma mensagem de preservação ambiental e sustentabilidade. “Ela é inspirada na Arca do Futuro, que foi feita na Noruega. Sementes de várias espécies de frutas e plantas foram armazenadas já em preparação para o próximo dilúvio, pois isso pode acontecer. A gente abre com uma arca e fecha com outra, com visões e propostas diferentes, mas o mesmo sentimento”, registrou Rodrigues. Conforme o carnavalesco, o vinho contagiou de alegria toda a escola. “Todas as nossas fantasias têm detalhes de uva. Esperamos brindar no final o título da escola com muito vinho e espumante”. Como diz o próprio samba da escola: sempre com moderação. O último título da Vai-Vai veio em 2011, com o enredo “A Música Venceu”. Fundada em 1930, a escola teve mais de 3,6 mil componentes e uma bateria com 280 ritmistas.

Um comentário:

Danilo Soares disse...

Infelizmente descordo de seu comentário. O acordo de patrocínio não foi muito bem redigido. Falou-se muito em uvas (cheiro de uva, 8.000 uvas...). Entretanto, o foco principal que era o vinho brasileiro passou quase em branco! O Enredo e alegorias destacaram as uvas e não os vinhos do Brasil! Foi dinheiro jogado no lixo! Outras ações nos pontos de venda (supermercados, lojas, restaurantes...) têm mais impacto do que esse "samba morto". Tim Tim