segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cadê as notícias do Projeto Marfrig Ovinos?


Marcos Antonio Molina dos Santos, dono do Grupo Marfrig
Foto de Danilo Ucha-SP
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Em edições anteriores do Blog escrevi muito sobre o Projeto Marfrig de incentivo à criação de ovinos. Creio que, no final de 2010, ou início de 2011, o pessoal do Marfrig até andou por Porto Alegre, fazendo o lançamento das Carnes Seara, e um dos diretores prometeu-me enviar umas cartilhas sobre os produtos. Até hoje, não recebi nada e também não tive mais notícias do andamento do Projeto Marfrig de Ovinocultura.
Relendo meus e-mails, encontrei estas informações sobre o projeto, enviadas pelo jornalista Altair Albuquerque, da Texto Assessoria, que faz assessoria de imprensa para o Marfrig. O texto, que eu havia solicitado ao Diego Brasil, me foi enviado em 21 de dezembro de 2010. As informações básicas usei em minha coluna diária sobre Economia no Jornal do Comércio de Porto Alegre, mas aqui no Blog, não. Vamos rever, então, as promessas do Marfrig:
01 - Como é o projeto?
O projeto é desenvolver a ovinocultura na região Sul e Central, através da orientação em novas tecnologias de produção e cruzamentos.
02 - Qual seu objetivo?
Incentivar a ovinocultura brasileira e com isso aumentar a oferta e a qualidade dos animais.
03 - Já começou ou quando vai começar?
As atividades no Brasil Central se iniciaram em Abril de 2009 com a inauguração da Unidade de Ovinos de Promissão – SP com capacidade de 1.000 ovinos/dia e que hoje recebe animais de SP, MS, MT, GO, PR e MG. Além desta unidade, foram instalados em Outubro de 2009 dois confinamentos de ovinos, um em Getulina-SP, com capacidade estática de 2.500 cordeiros e outro em Marília, em Parceria com a UNIMAR, com capacidade estática de 1.000 cordeiros.
Já no RS, as operações com ovinos se iniciaram em outubro de 2009, quando a Marfrig ampliou suas atividades no RS com o arrendamento de unidades Mato Leitão, Alegrete e Capão do Leão I, do Mercosul, com capacidade de 3500 animais/dia. Assim como em SP, foi instalado no RS um confinamento de ovinos com capacidade estática de 6.000 animais que já esta sendo reestruturado para abrigar 20.000 animais.
Esta estrutura de confinamento acaba por facilitar ao produtor, uma vez que ele tem a opção de venda dos animais, tanto terminados quanto magros, facilitando a comercialização. Esta modalidade viabiliza a comercialização de cordeiros também com os pequenos produtores, uma vez que podem ser adquiridas quaisquer quantidades de animais.
04 - No que consiste?
Consiste em trabalhar junto ao produtor oferecendo ampla gama de informações sobre mercado, técnicas de produção, eficiência, produtividade e sustentabilidade, entre outras. É uma troca de experiências entre campo, indústria e consumidor.
05 - Como os produtores poderão participar?
Qualquer produtor de ovinos pode comercializar seus animais com a Marfrig.
06 - Onde serão feitos os abates?
Atualmente nas plantas de Promissão (SP) e Alegrete, Mato Leitão e Capão do Leão I (RS).
07 - Como a Marfrig encara a atual situação da ovinocultura gaúcha, que caiu de 13 milhões para 3 milhões o número de cabeça, sendo que a maioria ainda é de "ovelha lã"?
O Marfrig sabe que terá um longo trabalho de incentivo a ovinocultura. A atividade sofreu com a crise da lã e com a falta de organização da cadeia produtiva para atender um mercado com potencial ainda desconhecido e instável, onde os produtores não tinham certeza de escoamento total de toda sua produção a um preço justo. Por isso, a Marfrig procura estar cada vez mais próxima do produtor rural, conhecendo suas dificuldades e necessidades para procurar tomar medidas mais eficazes em cada situação.
Parte do trabalho de incentivo a ovinocultura reside na seleção e melhoramento genético dos animais, procurando selecionar os mais produtivos, aumentando a eficiência e lucratividade da atividade.
08 - Quais seriam as raças incentivadas pelo Marfrig?
A Marfrig incentiva todas as raças que produzem carnes de qualidade, porém indica e comercializa dois COMPOSTOS: o Primera e o Highlander.
O PRIMERA é um composto terminal, formado pelas raças Suffolk, White Suffolk e Pool Dorset, onde as características principais são:
- alto ganho de peso;
- alto rendimento frigorífico;
- excelente qualidade de carcaça.
Já o HIGHLANDER é um composto Materno, formado pelas raças Texell, Finn e Romney, onde as características principais são:
- precocidade reprodutiva;
- alta prolificidade;
- excelente habilidade materna;
- produz lã de boa qualidade.
Como o interesse do Primera reside na produção para abate, o ideal é utilizá-lo em cruzamento terminal com qualquer raça de ovelha, onde todos cordeiros nascidos, tanto machos como fêmeas, são destinados ao abate.
Já o Highlander tem sido muito utilizado em cruzamentos absorventes, selecionando as melhores fêmeas para futuras matrizes e abatendo o restante das fêmeas e todos os machos nascidos.
09 - Qual os números do projeto? Quanto de investimento? Quaatos animais? Quais as metas?
O projeto consiste em aumentar o número de fornecedores para mantermos um volume de produção em torno de 4.000 cordeiros por semana na unidade de Promissão – SP e 5.000. mil cordeiros por semana nas unidades Alegrete e Capão Leão I no RS.
Aliás, há um ou dois meses andei participando de uma viagem, por São Paulo, em companhia do Altair Albuquerque e ele voltou a me prometer as benditas cartilhas. Não mandou nada.
E, por falar em Marfrig, depois que ele comprou a rede de frigoríficos que eram do Grupo Mercosul, só tenho ouvido queixas dos antigos clientes de carnes do Mercosul. O pessoal reclama,principalmente, que eles não cumprem as datas de entrega de carnes, deixam de oferecer os cortes que ofereciam antes, sob as mais diferentes desculpas, quando as dão: falta de gado, dificuldades de importação, problemas de logística. Sábado, agora, dia 9, almocei numa tradicional churrascaria de Porto Alegre, que compra 7 toneladas de carne/mês, antigo cliente do Mercosul, quando era do MauroPils, e o proprietário se queixou da falta de atenção do Marfrig. Embora os diretores tenham visitado a casa, não atendem os pedidos, não cumprem as datas de entrega, o que é fundamental para um restaurante, e deixaram de oferecer certos cortes clássicos preferidos pelo público. Será que o senhor Marcos Molina dos Santos, açougueiro que criou uma das maiores redes de frigoríficos do mundo e ficou rico atendendo bem e com qualidade, sabe o que está acontecendo no Rio Grande do Sul?

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