Como informado na mensagem acima, Jorge Ducati, que entende de vinho, que gosta de vinho e que produz vinho, ma informações sobre o que viu e ouviu em Soave, Valpolicella e Prosecco:
“Durante o VIII International Terroir Congress (VIII Congresso Internazionale delle terre da vino), realizado em Soave, Veneto, de 14 a 18 de junho de 2010, realizamos diversas atividades de campo, incluindo visitas a vinhedos nas regiões produtoras de Soave, Valpolicella e Prosecco. Em muitas ocasiões, chamava a atenção a coexistência de parreirais em espaldeira ao lado de parreirais em latada (pergola, dizem lá).
Em Valpolicella, na Azienda Agrícola Serego Alighieri, fomos informados de que o custo anual de exploração de um parreiral em pérgola está entre 7000 e 9000 euros, e para espaldeira, entre 4000 e 5000 euros. Na mesma região, em outra visita técnica (à Villa della Torre), eu estava ao lado do Dr. Mike Trought, pesquisador neozelandês de renome mundial na viticultura. Aproveitei a ocasião para tentar aprender algo. Observei como ele examinava atentamente as vinhas em pérgola, e acompanhei sua discussão com uma jovem pesquisadora européia, a qual afirmava que a espaldeira era melhor porque, tendo um maior `Índice de Área Foliar`, absorvia mais luz e disto resultavam melhores uvas. O Dr. Mike redargüiu que ao contrário, a pergola, cobrindo todo o solo, tem a maior exposição solar possível, tendo a máxima função de fotossíntese, mesmo que a espaldeira tenha maior I.A.F.; além disto, os cachos na pérgola ficam protegidos da luz solar direta, preservando aromas.
Vendo que o grande especialista demonstrava surpreendente simpatia pela pérgola, perguntei porque, em todo o mundo, parreirais em latada são substituídos por espaldeiras. A resposta veio curta e direta: “Porque a espaldeira possibilita a mecanização.” E fomos jantar no castelo, onde fiquei lembrando o quanto, na Serra Gaúcha, a histórica latada é vilipendiada e arrancada...”
Taí um tema interessante para meus leitores e amigos enólogos da Serra e da Campanha gaúcha que estão acabando com as latadas. Se o Adriano Miolo, do Miolo Wine Group, me lê; se o Mauro Zanus, da Embrapa,me lê; se a Gabriela Pötter, da Guatambu, me lê; se o Dirceu Scottá, da Dal Pizzol, me lê; se o Lucindo Copat, da Salton, me lê; se o Dario Crespi, da Cordelier, me lê: se o meu amigo Adolfo Lona, me lê; se Alejandro Cardozo, da Piagentine, me lê: se o Miguel Almeida, da Seival Estate, me lê; e tantos outros enólogos amigos, gostaria que dessem uma opinião sobre esta manifestação deste Dr. Mike Trought.
Antes que desanquem muito o pau no homem, vou dar uma dica de quem ele é: Pesquisador e cientista Sênior do Centro de Investigação de Malborough, Nova Zelândia, enólogo da Villa Maria Vinhos, a terceira maior companhia do vinho novo, PHD, BSc (Hons), NDA, especialista em plantas, aves em vinhedos e pesquisador sobre alimentos, um mestre do sauvignon blanc. Sua pesquisa atual envolve terroir, sabor e aroma do sauvignon blanc, fisiologia, hidratos de carbono e rendimento da videira.
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Um comentário:
Caríssimo Ucha,
A latada na Serra Gaúcha, de clima húmido, ou até mesmo na Campanha Gaúcha, de clima sub-húmido, é um assunto vitícola resolvido. Não é o sistema de condução de uvas para vinhos finos em regiões de clima onde o Verão é quente e húmido.
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