O Brasil não produz carne ovina suficiente para atender a demanda interna. Tem que importar, principalmete do Uruguai, Argentina, Chile e até da Nova Zelândia. Mas, segundo a sintese de um estudo divulgado pela Agência Sebrae de Notícias e que me foi enviado pelo zootecnista Paulo de Tarso dos Santos Martins, o país tem possibilidade até de exportar ovinos. Vamos ver como no texto de Regina Keyla:
“Brasília - O rebanho ovino mundial voltou a crescer depois de ter diminuído de forma constante de 1990 a 2000. A produção de carne ovina vem crescendo de forma acelerada. No que se refere ao Brasil, a ovinocaprinocultura precisa de mudanças estruturais significativas. Esses e outros cenários estão no Estudo de Mercado Externo de Produtos Derivados da Ovinocaprinocultura lançado neste mês pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco).
O comércio internacional de produtos da ovinocaprinocultura atinge quase US$ 11 bilhões por ano e é bastante concentrado em produtos oriundos de ovinos, principalmente carne e lã. No entanto, a lã vem diminuindo sua participação no volume de comércio, enquanto a carne ovina não para de crescer em importância. Os ovinos significam parcela significativa do mercado. No caso dos caprinos, o comércio de animais vivos é o item mais importante, seguido pela carne.
O estudo é resultado de um encaminhamento feito pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da qual o Sebrae faz parte. O objetivo da publicação é analisar o fluxo internacional da carne ovina e caprina e as oportunidades de negócios para o Brasil. A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de junho e novembro de 2009. Foram usados dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Comércio (Comtrade), da Comissão Européia e do IBGE, entre outros.
O Brasil participa do mercado internacional principalmente como importador, perdendo oportunidade real de desenvolver a sua cadeia produtiva de ovinos e caprinos e ocupar as imensas áreas de pasto subutilizadas do País. "Apesar do mercado externo ainda ser uma meta distante no setor, é importante saber que existem janelas de oportunidade. A carne brasileira ainda tem um longo caminho para se tornar competitiva. No caso da comercialização de animais vivos, vencendo as barreiras sanitárias e técnicas, as dificuldades são menores, podendo ser uma opção interessante de atuação", afirma o coordenador nacional da Carteira de Ovinocaprinocultura do Sebrae, Ênio Queijada.
De acordo com o estudo, para ser um importante competidor na ovinocaprinocultura mundial, o Brasil precisa se espelhar no modo como a Austrália, a Nova Zelândia e o Uruguai vêm enfrentando os desafios impostos pelo mercado internacional de carne. Nesse contexto, a garantia da sanidade do rebanho deve ser aprofundada, para que as barreiras não-tarifárias sejam superadas e a carne ovina brasileira possa alcançar os mercados importadores que remuneram melhor o produto.
Segundo o vice-presidente da Arco, Arnaldo dos Santos Vieira Filho, o rebanho de ovinos e caprinos do Brasil é formado por 26 milhões de cabeças. "Termos um grande mercado interno. Primeiro precisamos nos fortalecer internamente, nos tornar competitivos, para depois avançar para o mercado interno", afirmou. Ele acredita que uma das formas para atuar no mercado internacional é por meio do enriquecimento genético.
Ainda segundo o Estudo, a exportação de ovinos está bastante concentrada em apenas dois países, Nova Zelândia e Austrália, que têm consciência da dificuldade de continuar fornecendo valores crescentes ao mercado internacional. O rebanho mundial de ovinos diminuiu cerca de 8% nos últimos 20 anos, porém a produção de carne ovina aumentou em 27%. De 1997 a 2008 a importação de carne ovina passou de um valor de US$ 6 milhões para mais de US$ 23 milhões. Já o rebanho caprino aumentou cerca de 40% em 20 anos. China e índia se destacam em quantidade de animais, apesar de a Índia ter perdido um pouco de participação percentual nos últimos anos.”
Para ter acesso à íntegra do estudo, acesse o site www.arcoovinos.com.br, no link http://www.arcoovinos.com.br/index.asp?pag=estudo/estudo.asp
Contribuo com a informação dizendo que o Uruguai, depois de seis anos de luta, acaba de conquistar os mercados do Canadá, Estados Unidos e México e para lá desviará as 8,5 mil toneladas de carne ovina que exportava para o Brasil. Isso gerará dois resultado no Brasil: primeiro, aumentará o preço da carne para os consumidores; segundo, dará mais chance aos produtores locais para aumentarem seus rebanhos.
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