Os participantes da 19º reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos, conheceram, na semana passada, o Plano Diretor da Embrapa Caprinos e Ovinos e o Plano Nacional de Capacitação, com propostas para melhorar e ampliar a produção nacional e atender ao crescente mercado. Foram sugeridas soluções de pesquisas, desenvolvimento e inovações para a sustentabilidade do setor e um preparo mais intenso de todos os envolvidos no processo produtivo.
A proposta inclui, também, a mudança da Razão Social da Embrapa Caprinos e Ovinos para Centro de Pesquisas de Caprinos e Ovinos. “Isso aumenta a responsabilidade e, ao mesmo tempo, cresce no que diz respeito à referência de pesquisas e trabalhos relacionados ao setor”, enfatizou o chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos, Evandro Vasconcelos Júnior.
Discussões sobre o mercado externo também estiveram na pauta da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos. De acordo com o presidente da câmara, Francisco Maia da Costa, o rebanho brasileiro é de 26 milhões de cabeças, quase a mesma quantidade de dez anos atrás. No final da década de 90, a produção interna atendia a 80% da demanda. Na época, apenas 20% precisava ser importado do Uruguai, maior fornecedor para o Brasil. “Como o rebanho nacional se manteve nesse período, a importação do país vizinho subiu para mais de 90% para atender à demanda. Por isso, a necessidade de trabalhar mais para aumentar o rebanho”, explicou Francisco da Costa.
Para o presidente da Câmara Setorial, a divulgação da importância dos produtos da caprinocultura e ovinocultura pelo Ministério da Agricultura (Mapa), por produtores e instituições, como o Sebrae e Embrapa, foi o principal fator responsável pelo aumento do consumo nos últimos dez anos.
Uma das primeira medidas que deveria ser tomada, na minha opinião, para reorganizar a cadeia produtiva de caprinos e ovinos, e é a mais simples e fácil, seria separar claramente os números dos dois rebanhos. A própria Câmara já é de “caprinos e ovinos” e seus representantes fazem confusão quando citam os números. Nesta matéria mesmo, produzida pelo ministério da Agricultura, o presidente da Câmnara diz que “o rebanho é de 26 milhões de cabeças”. Cabeças de quê: de ovinos, de caprinos ou dos dois juntos? Porque, mais adiante fala nas importações do Uruguai, mas, pelo que se sabe, o Uruguai exporta para o Brasil ovinos e não caprinos. A Câmara pode ser conjunta, mas os interlocutores devem deixar claro sobre quais animais falam. O IBGE, segundo seus dados mais recentes, diz que o rebanho brasileiro de ovinos é de 16 milhões de cabeças.
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