Lendo a postagem do teu blog, lembrei-me.
Até minha estimada senhora e guardiã das aparências do lar removê-las a vassouradas, todos os as azulejos da cozinha possuíam uma etiqueta de bebida. Vinho, malt whisky, conhaque e cachaça.
Depois desse ataque terrorista, e graças à chegada contemporânea das câmaras digitais, passei a guardar os rótulos no computador.
Porém, até esse triste evento, era mestre em remover uma etiqueta.
Da minha experiência passada, o método mais efetivo foi o de colocar de molho em água quente ( não fervendo ou muito quente para não afetar as cores do rótulo) e depois removê-la. Colocava a garrafa em um desses recipientes para gelar que tinha a forma cilíndrica e colocava água a 86°C (temperatura de água para chimarrão) com algumas gotas de detergente neutro. Depois de uns 20 minutos quase todas as etiquetas com cola à base de água se soltam. As que não soltarem, pegar pelo gargalo e girar para a esquerda e direita diversas vezes. Senão soltarem até umas duas horas, duas alternativas:
Pelagem molhada ou pelagem seca.
Pelagem molhada: Tire a garrafa da água e coloque em cima de uma toalha, na bancada onde for trabalhar, com a etiqueta para cima. Com uma lâmina de barbear de folha única tradicional (a famigerada "gilete"), comece a descascar de um lado e de cima para baixo até mais ou menos uns 10 cm. Tente puxá-la com os dedos e ir descolando muito lentamente. Se sentir resistência, não force e console-se com a idéia de que terá de retirá-la toda com a gilete. Cuidado para inserir a lâmina entre a garrafa e a cola da etiqueta. Este procedimento era bastante trabalhoso e eu só tinha paciência se o rótulo fosse único e difícil de aparecer novamente.
Pelagem seca: coloque a garrafa num forno de cozinha a 180°C por 5 minutos, com a etiqueta para cima. A garrafa deve estar completamente seca e sem nenhum líquido dentro. Não pode ser aplicado em etiquetas de plástico. Retire a garrafa pelo gargalo e coloque em cima de uma toalha na bancada de trabalho. Como na pelagem molhada, descasque de um lado e tente puxar com os dedos. Se não funcionar, pele com a gilete com cuidado, paciência e rente ao vidro.
Uma maneira de ver se o trabalho vai ser duro é colocar a garrafa vazia contra luz forte e observar se atrás da etiqueta há traços horizontais ou verticais (onde a cola foi aplicada). Neste caso vá direto para a pelagem seca porque a cola não é solúvel em água.
Alerta: eu usava isso faz uns 15 anos. As colas e os processos de colagem podem ter mudado pois a tecnologia não parará até a destruição final dos seres humanos. Até lá, bebamos vinho.
Pensando bem, minha companheira fez-me um grande bem ao livrar-me dessa atividade trabalhosa e estressante.
Ou não.
Pois fotografar não tem a mesma graça e o mesmo fetiche. Não dá para tocar, apalpar, trazer perto dos olhos.
PS - Quando o Jorge Ricardo Ducati te ensinar o método dele, publica. Nove mil rótulos realmente deve ser algum recorde, não sei qual deles.
Olyr Corrêa – do Rio
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
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