Muito tenho escrito, inclusive neste Blog, que os governos – federal e estadual – abandonaram a ovinocultura exatamente no momento em que ela mais precisava de apoio e pesquisa, quando a crise internacional da lã quase acabou com o rebanho ovino e levou a uma reciclagem do setor, com a introdução do ovino-carne. Agora, aos poucos, as coisa estão mudando. Antes tarde do que nunca.
O ministério da Agricultura criou a Câmara da Ovinocaprinocultura – embora eu ache que as duas atividades deveriam ser separadas – e o governo estadual está iniciando algumas ações em benefício do setor, embora não tenha feito, até hoje, um necessário censo das ovelhas, prometido há mais de 15 anos por todos os governadores que passaram pelo Palácio Piratini. Agora, a governadora Yeda Crusius informa que o Governo investe na pesquisa da ovinocultura no Estado.
A Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) inaugurou, terça-feira, dia 16 de outubro, às 10h, o Centro de Pesquisa e Produção de Ovinos, na unidade de Viamão. Por meio da pesquisa e ensino, o centro será um polo de conhecimento e desenvolvimento aonde os alunos poderão praticar e os produtores terão acesso a tecnologias de produção.
O centro ocupa uma área de 16 hectares onde estão alojados 73 ovinos doados pela Associação dos Criadores de Ovinos (ARCO). A iniciativa conta ainda com a parceira da Ufrgs e do Grupo Gerdau. O grupo responsável pelo projeto é formado pelos pesquisadores Zélia Maria de Souza Castilhos, Flávio Albite Silva e o professor César Poli.
Atualmente, o Rio Grande do Sul apresenta a maior população de ovinos do Brasil, com um rebanho de aproximadamente 4 milhões e 400 mil cabeças. O Estado tem tradição na atividade, entretanto, grande parte das propriedades de ovinos apresenta animais de baixo padrão zootécnico ou como atividade secundária.
A unidade foi fundada em 1966, inicialmente denominada Estação Experimental Fitotécnica, no Distrito de Águas Belas. Ocupa uma área de 148 hectares, com uma diversidade topográfica e de solos que possibilita vários tipos de exploração. No local, estão instaladas coleções de cultivares de oliveiras, de butiazeiros e de cana-de-açúcar.
Além disso, especialistas trabalham na avaliação de sistemas de produção de tilápias como alternativa à diversificação de produção e renda dos agricultores familiares. No local, está sendo implantando um projeto de avaliação de espécies de abelhas sem ferrão na polinização de plantas medicinais e outro para avaliação dos efeitos de diferentes coberturas de solo na produção de morango. Outra iniciativa de destaque é a preservação do bovino Franqueiro, dentro do Programa Genoma Campeiro do RS.
www.estado.rs.gov.br
Vamos ver se, no meio disso tudo, prospera alguma pesquisa genética de importância para os ovinocultores. Há raças novas chegando ao estado, já há estudos como os do gene burula, que aumenta o número de cordeiros por ovelha e muita coisa nova mais.
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