Balanço do Ibravin divulgado na 11ª Jornada da Viticultura Gaúcha, em Nova Pádua (RS), projeta uma colheita de 525,7 milhões de quilos de uva, ante 534,5 milhões/Kg da safra passada. Entre as novidades, temos a entrada de novos municípios produtores de uvas e a destinação recorde de mais de 50% da uva comum para elaboração de suco
A última safra de uva no Rio Grande do Sul – responsável por cerca de 90% da produção brasileira de vinhos – terminou com uma queda de 1,6% em relação ao ano passado. A informação foi revelada na quinta-feira, dia 17 de junho, na 11ª Jornada da Viticultura Gaúcha, que teve a presença de cerca de 800 pessoas em Nova Pádua (RS). O coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, organizador do evento, citou levantamento do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), que aponta uma colheita de 525,7 milhões de quilos de uva na safra 2010 nos parreirais gaúchos. A safra passada somou 534,5 milhões/Kg. “A menor quantidade de uva e, consequentemente, de vinhos, pode ajudar na retomada do equilíbrio do setor, que hoje ainda conta com altos estoques”, salientou. Segundo ele, a elaboração de vinho nesta safra deve alcançar 200 milhões de litros. No ano passado, foram feitos 234 milhões de litros. “Devemos terminar 2010 com o menor estoque de vinho dos últimos anos”, disse Schiavenin. “Isso vai ser bom para o produtor, porque todo mundo sabe que a lei da oferta e da procura é que regula os preços de todos os produtos, inclusive da uva”, ressaltou.O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Júlio Fante, observou que as uvas para espumantes não sofreram com o clima adverso, a não ser em perda de produtividade. “Teremos espumantes elaborados nesta safra até superiores de outros anos”, previu. A perda maior foi nas uvas viníferas (46 milhões/Kg), com queda de 36,5%. As uvas americanas ou híbridas (479,7 milhões/Kg), de maior volume, tiveram sua produção acrescida em 3,8% nesta safra. “Tivemos aumento na área de cultivo no Estado, com novos municípios e regiões produtoras, especialmente de uvas americanas e híbridas”, explica Fante. Mais de 50% das uvas comuns – um recorde histórico – foram destinadas à produção do suco de uva. “É um mercado que está crescendo cerca de 40% ao ano”, comenta Fante, justificando a preferência dos produtores pelas variedades americanas ou híbridas, sobretudo Bordô e Isabel. No ano passado, 45% das uvas comuns foram utilizadas para produção de suco. A média histórica ficava em torno de 30%.
A 11ª Jornada da Viticultura Gaúcha teve como destaque o perfil técnico dos palestrantes, que abordaram inovações tecnológicas no manejo da produção para garantir maior sustentabilidade e rentabilidade aos produtores. À tarde, os participantes foram divididos em grupos para visitas técnicas a vinícolas e parreirais da região.
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