Aqui vou repetir as notas que publiquei em minha coluna diária Painel Econômico, do Jornal do Comércio de Porto Alegre, nos dias da Expovinis.
Ucha – 05-05-09
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Resultados da parceria
Pela primeira vez na história, 21 vinícolas gaúchas reuniram-se para uma apresentação conjunta de seus produtos na Expovinis, uma das maiores feiras de vinhos do mundo, que começará, hoje, em São Paulo. Na edição passada, participaram 11 vinícolas, mas isoladamente. O feito é do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) que, em parceria com a Apex-Brasil, vem realizando uma verdadeira revolução no relacionamento entre os vitivinicultores gaúchos que, até há alguns anos, não realizavam nada em conjunto. Ao contrário, um criticava o que o outro fazia. O melhor exemplo está no projeto Wines From Brazil, que reuniu as vinícolas e leva seus dirigentes e seus produtos para feiras em redor do mundo, aumentando consideravelmente as exportações do vinho brasileiro. O Ibravin lançará a nova campanha publicitária do vinho brasileiro. "A ideia é mostrar que o vinho brasileiro é alegre, jovem, autêntico, antenado e focado nas pessoas que procuram uma vida mais alegre e são atentas a novas experiências", afirma Diego Bertolini, gerente de Marketing do Ibravin.
Garibaldi
A Vinícola Garibaldi levará sua linha de espumantes e de bebidas orgânicas também à Feira Internacional de Negócios em Supermercados, em São Paulo, dia 18. Nesta primeira participação, viabilizada por meio do Ibravin, a cooperativa projeta ampliar negócios no Sudeste do País. Só no Nordeste espera crescer 20%.
Don Giovanni
A vinícola Don Giovanni, de Pinto Bandeira, tem expectativa de ampliar suas vendas em 50%. "O espumante nacional tem sido muito bem aceito pelos consumidores brasileiros e o preço, a cada ano que passa, está mais acessível. Em termos de qualidade, estamos competindo de igual para igual com champagnes franceses", diz André Giovaninni, diretor da vinícola. No ano passado, a Don Giovanni produziu 120 mil garrafas.
Dal Pizzol
Duas novidades da Dal Pizzol na Expovinis: vinho Do Lugar Bi-varietal Branco (riesling e chardonnay) nas versões garrafa (750 ml), meia garrafa (375 ml) e em bag-in-box (3 litros) e Dal Pizzol Gamay Beaujolais Safra 2009, o primeiro vinho do ano.
Miolo
A Vinícola Miolo e seus parceiros - Vinícola Lovara, Osborne, Via Wine, RAR e Los Nevados - resolveram oficializar o nome Miolo Wine Group e criaram uma empresa com este nome, para distribuição dos produtos. O primeiro centro de distribuição foi instalado em Vila Velha, próximo a Vitória, no Espírito Santo, para ampliar a presença dos vinhos pelo interior do Brasil.
Salton
Daniel Salton, 55 anos, foi eleito em assembleia geral realizada em São Paulo presidente da Vinícola Salton, de Bento Gonçalves. Ocupará o cargo de Ângelo Salton, falecido no início deste ano, quando a empresa completa 100 anos.
Lídio Carraro
A Vinícola Lídio Carraro participará em dois estandes na Expovinis: o do Ibravin e um próprio. Toda a família estará presente para apresentar, pelo menos, cinco vinhos novos e os da histórica safra 2005.
Ucha – 06-05-09
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Um grande passo do vinho brasileiro
Ontem foi um dia muito importante para o vinho brasileiro. Na verdade, foi reforçado o conceito "vinho brasileiro", através de três fatos relevantes. Primeiro, o lançamento de uma campanha publicitária nacional apresentando aos brasileiros o vinho que é feito no País; depois, a maior participação de vinícolas brasileiras na Expovinis, a maior feira do gênero na América Latina, com a presença de 35 empresas de todo o País, com destaque para 21 gaúchas e 4 nordestinas reunidas no estande Vinhos do Brasil, montado pelo Ibravin, o maior da feira, com 400 m2; e, finalmente, a confirmação que, dia 14, o Ibravin vai se reunir com o Ministério da Agricultura para início de um planejamento estratégico do setor vitivinícola brasileiro. Carlos Paviani, diretor-executivo do Ibravin, diz que o setor, finalmente unido, passará a ter a atenção que merece e precisa do setor oficial, com melhoria do controle da produção, apoio ao desenvolvimento setorial, definição de políticas públicas e criação de linha específicas de financiamento. Isto se tornou possível porque o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), que apesar do nome era considerado um organismo apenas gaúcho, conseguiu conquistar respeito nacional, graças ao trabalho de apoio às exportações de vinho, em parceria com a Apex-Brasil, e hoje conta com apoio das empresas das três principais províncias viníferas brasileiras - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Vale do São Francisco. Segundo Paviani, outras, como Minas Gerais, estão sendo conquistadas aos poucos. "Esta participação na Expovinis e as outras conquistas foi um grande primeiro passo em busca do conceito Vinhos do Brasil", disse ele.
Sacarolhas
Os irmão Humberto e Fernando Campana, designers famosos, que criaram o símbolo da nova campanha publicitária do vinho gaúcho – um sacarolha em verde e amarelo – estiveram no lançamento da campanha, às 17h de ontem, no salão VIP Vinhos do Brasil, na Expovinis, no Transamérica Expo Center. O símbolo será incorporado a todas as ações de comunicação dos vinhos brasileiros no País e no mundo, de acordo com o Instituto Brasileiro do Vinho, que coordena a promoção.
Exportações
As exportações de vinho não estão sofrendo impacto muito grande da crise econômica mundial. As exportações brasileiras, no primeiro trimestre, tiveram aumento de 15% em valores, segundo Andrea Gentilini, gerente do projeto exportador Wines From Brazil, do Ibravin com a Apex-Brasil. "Nós não reconhecemos crise", afirmou Juarez Valduga, diretor da Casa Valduga, que está tocando cerca de cinco projetos novos do grupo, inclusive produção de vinhos na Argentina, Chile e em Portugal. A empresa nova criada por ele, a Domno, "está vendendo espumante como nunca" e a Valduga de Encruzilhada do Sul só não construiu a adega nova ainda por falta de pedreiros, "as pedras já estão lá junto aos vinhedos", disse.
Logística
Adriano Miolo, diretor e enólogo do Miolo Wine Group, que também tem negócios em Bento Gonçalves, na Campanha gaúcha, na Argentina, no Chile e na Espanha está satisfeito com o comportamento do mercado. A nova etapa é a reunião dos produtos de cinco grandes empresas numa só, instalada no Espírito Santo, para melhorar a logística e aumentar as vendas de vinhos no interior do Brasil.
Altitude
Tradicional empresa do Sul, a Malhas Malwee instalou na região de São Joaquim, na serra de Santa Catarina, a Vinícola Pericó. Após o lançamento dos primeiros espumantes de altitude do Brasil, debuta agora seu vinho, o rosé Taipa. O estande na Expovinis é muito visitado.
Ucha – 07-05-09
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A guerra do vinho
Os bons negócios e a receptividade ao vinho nacional, entre grandes vinhos estrangeiros, principalmente franceses, apresentados pelo Ano da França no Brasil, deixaram entusiasmados os vitivinicultores brasileiros no segundo dia da Expovinis, em São Paulo. Há 35 vinícolas mostrando seus produtos. Mas, por baixo desse entusiasmo há uma grande preocupação, já denominada "guerra do vinho", iniciada pelas mudanças tributárias que estão sendo feitas em alguns estados. O sistema de "substituição tributária" adotado por alguns estados, principalmente São Paulo, Minas Gerais e Piaui, transformou-se em mais um obstáculo para o crescimento das vendas do vinho gaúcho, conforme informação de Juciane Casagrande, diretora de Marketing do Grupo Casa Valduga, um dos que mais vende para estes mercados.
Guerra do vinho II
O caso de São Paulo é exemplar. Primeiro, porque é, também, o maior mercado consumidor de vinhos do País e compra, principalmente, no Rio Grande do Sul. Com a substituição tributária, os lojistas e distribuidores de São Paulo que comprarem vinho gaúcho têm que pagar 40% da fatura antes mesmo de receberem a mercadoria. Falei com vários lojistas da capital e do interior paulistas e eles me disseram: "Paramos de comprar vinho do Rio Grande, pois temos que pagar antes de vender, assim não há empresa que aguente." Um lojista de Jau, que se disse o maior comprador de vinho de Flores da Cunha, suspendeu todas as compras. Ninguém quer admitir, mas uma consequência é a venda sem nota, o que as grandes empresas organizadas não podem fazer.
Guerra do Vinho III
A situação está ficando tão grave que os governadores José Serra, de São Paulo, e Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, estão analisando o assunto em busca de uma solução, talvez um acordo entre os dois estados para diminuir este peso tributária. A Ufrgs está fazendo um estudo para auxiliar os técnicos fazendários dos dois estados a resolver o impasse. pelos vitivinicultores, quem comanda a batalha é a Uvibra.
Top Ten
O pessoal da Casa Valduga comemorou com grandes brindes uma vitória do espumante Extra Brut Gran Reserva Casa Valduga 2002 anunciada na Expovinis. Foi selecionado no concurso Top Ten, que escolhe os 10 melhores vinhos do ano. Este é um espumante diferente, o primeiro brasileiro que fica cinco anos na garrafa, o que o aproxima dos melhores champagnes franceses. É complexo, intenso, sem os aromas de frutas tradicional do espumante convencional, aproximando-se mais das compotas.
Grapa spray
Uma das novidades apresentadas pela Valduga na Exposivinis é a grapa em spray. Ficou mais fácil adicioná-la ao café ou como complemento de pratos: em saladas, assados, carne de forno e até em sobremesas. A bebida valoriza o sabor dos alimentos.
Sucesso
Os dirigentes do Ibravin - Carlos Paviani, Diego Bertolini e Andréa Milan - estavam entusiasmados com o sucesso do estande do instituto na Expovinis, que reune 21 vinícolas gaúchas e quatro de Petrolina, no Vale do São Francisco. Todos os expositores estão dizendo que fizeram bons negócios e mostraram seus vinhso para um público altamente profissional.
Ucha - 08-05-09
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No caminho certo
O mercado brasileiro para vinhos é fantástico, apesar da queda de 5% nas vendas do vinho nacional no primeiro trimestre deste ano. E alguns produtores locais já têm condições de qualidade para disputá-lo com bons vinhos estrangeiros. E, no mundo, os bons restaurantes s distribuidores já estão começando a solicitar vinhos brasileiros. A garantia é de Dirceu Vianna, o único brasileiro que tem curso de Master of Wine e mora na Inglaterra, onde trabalha como provador-aprovador de vinhos de uma das maiores importadoras de vinhos daquele país, a Coe Vintners. Ele veio à Expovinis, em São Paulo, degustar vinhos, selecionar compras e falar sobre o mercado mundial, mostrando aos produtores o vinho que os grandes compradores europeus querem. Viana disse que várias vinícolas já tiveram seus produtos aprovados, "uma uma grande maioria ainda precisa oferecer mais qualidade". Ele provou 17 vinhos brasileiros e encontrou só 7 com a qualidade exigida pelo mercado internacional. "O interessante é que nos que não foram aprovados falta pouca coisa, como corrigir o excesso de taninos e a oxidação, por exemplo", disse. "Ao buscar conhecimento internacional, os viticultores brasileiros estão no caminho certo", concluiu.
Álcoól e madeira
Os críticos de vinho europeus estão exigindo menor grau alcoólico e menos madeira nos produtos, mas, segundo Dirceu Vianna, "não são os críticos que vão aos supermercados comprar vinhos". Os consumidores, segundo ele, gostam de vinhos com madeira e álcoól, moderados. Também não querem vinho barato, nem caro, mas de preço médio, categoria na qual se inserem os vinhos brasileiros.
Exportações
Apesar de uma queda de 25% nas exportações gerai do Brasil, o setor vinícola exportador ainda comemora números positivos. Segundo Andréa Gentilini Milan, diretora do projeto Wines From Brazil, montado pelo Ibravin e pela Apex-Brasil para ampliar as exportações de vinho, no primeiro trimestre deste ano as exportações das 33 vinícolas que participam do projeto cresceram 18,5%. A expectativa dela, apesar do cenário de crise, é de um crescimento de 30% no ano.
Safra tardia
A jovem Vinicola Pericó, criada em 2004, em São Joaquim, Santa Catarina, está surpreendendo na Expovininis não só pela qualidade dos seus dois primeiros espumantes - um branco e outro rosé - e pelo primeiro vinho, o rosé Taipa, mas, principalmente pelas novas propostas de cultivo de vinhedos. A colheira da uva cabernet sauvignon, por exemplo, vai "começar" dia 18 de maio e deverá ter 14 graus bric. No Rio Grande do Sul, o mais tarde que a colheita do cabernet sauvignon vai é 15 de abril. Outro diferencial da Pericó é que seus vinhedos vão produzir 750 gramas de uvas por pé. Na serra gaúcha, quem colhe um quilo e meio já é considerado herói. Os produtores, principalmente italianos, gostam de colher mais para ter mais peso e mais dinheiro. Mas quem entende de parreirais e de vinhos, sabe que quanto menos uvas por pé, melhor será a qualidade do vinho. Os vinhedos da Pericó estão em 15 ha, a 1.300 metros de altitude, e são propriedade da fábrica de malhas Malwee.
Contrabando
Há muitos assuntos polêmicos em discussão na Expovinis, mas o que mais preocupa os produtores de vinho é o contrabando, o produto que entra no país de forma ilegal por diferentes fronteiras, basicamente com o Paraguai, Argentina e Uruguai. De acordo com Diego Bertolini, diretor de Marketing do Ibravin, no ano passado, só pela fronteira com o Paraguai, entraram 15 milhões de litros de vinho. A produção brasileira de vinhos finos é de 50 milhões de litros. "É o nosso grande adversário", disse José Antonio Gheller, proprietário da Vinícola Gheller, de Guaporé.
Garrafinhas
Uma antiga reivindicação dos consumidores começa a ser atendida por várias vinícolas. A venda de vinho em garrafinhas pequenas, como já ocorreu no passado e depois foi abandonado. Rosana Wagner, proprietária da Vinícola Cordeilheira de Sant´Ana, de Livramento, disse que também foi influenciada pela "lei seca" para lançar seu vinho Reserva dos Pampas em garrafas de 187 ml (R$ 11,50), 375 ml (R$ 19,50) e 750 ml (R$30,00). "As pessoas não querem abrir uma garrafa grande numa refeição se não podem bebê-la toda", diz ela.O Reserva dos Pampas é resultado de um corte cabernet sauvignon, tannat e merlot, envelhecido 5% em barris de carvalho por 12 meses.
Suco de uva
O bom momento vivido pelo suco de uva - 40% de aumento nas vendas no primeiro trimestre deste ano - está ameaçado. O produto gaúcho poderá ganhar uma sobrecarga de 30% de imposto. Em função disso, os produtores de suco - a maioria das vinícolas - não tiveram ânimo nem para brindar as boas vendas. Dia 13, em companhia dos dirigentes de suas entidades de classe, irão participar de uma reunião com a governadora Yeda Crusius para conversar com ela sobre sua intenção de aplicar o sistema de substituição tributária sobre os sucos. Neste caso, haverá uma aumento de 30% no preço do produto e o produtor terá que pagar o imposto que hoje é pago pelo comprador, isto é, o imposto será pago antes que o produto seja vendido ao consumidor. Além do encarecimento, surge o temor, entre os produtores, de pagar o imposto e, depois, o comprador desistir da compra ou não pagá-la, deixando-o com um prejuizo maior. Eles já estão enfrentando outro problema com a substituição tributária, esta adotada pelo estado de São Paulo. O sistema exige que o comprador pague o imposto antes de receber a mercadoria. Ninguém quer fazer isso e muitos estão, simplesmente, deixando de comprar em outros estados.
Selo
Uma das maiores discussões no setor vinícola presente na Expovinis é sobre a adoção ou não de um selo identificador do vinho nacional para lutar contra o contrabando e enfrentar os vinhos estrangeiros. A medida foi aprovada na Câmara Setorial do Vinho, durante a grande feira do vinho de Bento Gonçalves, mas, desde en~tão, nunca foi uma questão tranquila. Um grupo de vinícolas gaúchas manifestou-se contra e todo o setor, em São Paulo, é contrario. Na mesa redonda "Mercado de Vinhos no Brasil", com a presença do diretor-executivo do Ibravin, Carlos Paviani, a discussão começou às 15h e se estendeu até depois das 19h, com discussões acirradas sobre o selo. A maioria acredita que será uma iniciativa burocrática, encarecedora do produto e ineficiente. Todos os presentes foram convidados a participar de uma nova reunião da Câmara Setorial, dia 14, em Brasília, junto ao ministério da Agricultura, quando o selo voltará a ser discutido.
Gastronomia
O primeiro grande encontro da gastronomia nacional, em Porto Alegre, será nos dias 23, 24 e 25 de junho, conforme divulgação que o presidente da Abrasel-RS, Pedro Hoffmann, fez aqui na Expovinis. Estarão presentes os presidentes de 27 representações da Abrasel, uma de casa estado brasileiro para demonstrar a força do setor da alimentação e do entretenimento, "o setor que mais emprega no País".
Exportação geral
Órgãos do governo brasileiro como a Apex-Brasil, que realiza programas de apoio às exportações em diferentes setores econômicos, estão trabalhando com um cenário de queda de 20% a 25% nas exportações totais do País. Para os Estados Unidos, especificamente, a esperança é repetir os números de 2004. E, segundo os técnicos, este cenário não deverá mudar até meados de 2010. Esse quadro vai se refletir nos investimentos em promoção de exportações. Deverá ser feito um corte de 20% nas verbas destinadas à promoção de produtos nacionais no exterior.
Top Ten
Outra vinícola gaúcha, a Salton, de Tuiuty, teve um de seus vinhos destacados entre os 10 melhores da Expovinis 2009. Na categoria Tinto Nacional, foi selecionado o Salton Talento 2005. Ontem, informei sobre a seleção do Casa Valduga Gran Reserva Extra-Brut 202, como o melhor Espumante Nacional no concurso Top Ten.
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