Os gaúchos, que já estão pensando em iniciar uma revolução contra São Paulo, porque o governador José Serra criou uma “substituição tributária” que beneficia o vinho importado em detrimento do nacional (90% gaúcho), são capazes, agora, de montar à cavalo para evitar um sacrilégio: restaurantes de São Paulo estão começando a servir pratos com carne de cavalo! De acordo com a jornalista Letícia Cavalcante, coordenadora do caderno Sabores, da Folha de Pernambuco, da revista Continente e do site pe.360graus, o Tarsila (no Hotel Inter Continental) do chef Marcelo Pinheiro; e o Friccò (Vila Mariana), do chef italiano Sauro Scarabotta, já têm pratos com carne de cavalo em seus cardápios.
O Brasil é um grande exportador de carne de cavalo, contra a vontade dos gaudérios, mas, comer o parceiro e amigo fiel, companheiro de lutas e revoluções pela pampa imensa, numa mesa de refeição é demais! Quem gosta desta carne são os ingleses, franceses, italianos, suecos e outros europeus, que adoram Le Consommé de Cheval aux Quenelles, Les Saucisses de Cheval aux Pistaches, La Culotte de Cheval Braisée aux Choux, como fazia o chef Francatelli, no Hotel St. James, em 1887, conforme informa a Letícia. Também os japoneses,chineses e indianos gostam, estes saboreando a carne de cavalo até crua, em steak tartar, carpaccio, sushi, sashimi. Letícia também lembra que Leonardo Da Vinci, em seu “Caderno de Cozinha”, informa que "a melhor maneira de ingerir um cavalo é esta: deve-se prepará-lo como a sopa de vaca, mas no lugar de três cenouras, três cebolas".
O dilema do crítico
Indicar o melhor vinho para acompanhar uma carne de cavalo é trabalho para o nosso crítico de vinhos, Olyr Correa. Não sei se ele vai se animar, pois também é criador de Cavalo Crioulo lá no Haras Alegria, no Caty, em Livramento. Eu, pelo que ouvi falar, dizem que um bom vinho para acompanhar carne eqüina é o Amarone, lá da região do Vêneto, na Itália. Talvez nosso amigo Luiz Carlos Barichello diz alguma coisa, pois possui duas vinícolas naquela região italiana, além das que mantém em Porto Alegre e Mendoza.
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2 comentários:
Crioulo, não.
Quarto de Milha.
E de carreira.
Abraços
Bom, já que ninguém se arrisca...
Comi, certa feita, carne de cavalo desfiada na Bodeguita del Medio, em Havana.
Faz como 15 anos ou mais e se me recordo bem do gosto ( a carne estava sem muitos temperos ou molhos e era meio doce), o que iria bem seria um Cabernet Franc nossos da Serra, com bastante acidez e taninos.
É o que encontro mais parecido com o vinho que acompanhou lá em Cuba : um tinto de Dornfelder do Saale-Unstrut da Alemanha Oriental.
Rústico, mas casava bem.
Ou pensei que casava na ocasião.
Porém, talvez o vinho fosse outro...
Vai ver que bebi esse alemão em outro lugar e em algum escaninho da mente juntei os dois.
De qualquer maneira, se nós fossemos preparar essa iniqüidade, a carne não teria aquele gosto, pelos temperos e condimentos que usaríamos, e o vinho seguramente mudaria.
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