No domingo passado, dia 17 de maio, perdemos um grande companheiro de mesa, de vinhos, de letras e de ansiedades. Aos 88 anos, morreu, em Montevidéu, o poeta, contista, romancista e militante da liberdade Mário Benedetti, que conheci nos gloriosos tempos do semanário Marcha, em Montevidéu, e cujos livros comecei a ler, com entusiasmo, nos anos 60, junto com os de Onetti. Ele era um apreciador da farta cozinha uruguaia carregada de carnes na brasa, chouriços, empanadas e “morcillas” e gostava de um vinho forte, espesso, quase negro como eram os vinhos uruguaios daqueles tempos. Ele teve uma merecida homenagem, ontem, terça-feira, no bonito prédio do Congresso do Uruguai. O magnífico Salon de los Pasos Perdidos foi pequeno para seus admiradores.
Benedetti escreveu uma frase, acho que em “El pais de La cola de paja”, que nunca esqueci, até porque ela se relaciona com minha profissão de jornalista. Falando sobre a “imprensa burguesa”, ele, que era um homem de esquerda, disse: “A imprensa é pior que a prostituta. Dá de graça!”
Como escreveu a cubana Sonia Sánchez no Granma: “... muchos tuvimos en más de una ocasión debajo de la almohada su poética rebelde, solidaria, amorosa.”
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