terça-feira, 9 de outubro de 2012
Vallontano – Zanini e sua filosofia terroirista
Talise Valduga e Luiz Henrique Zanini na Vallontano
Nossa visita à vinícola Vallontano ocorreu, dia 28, a partir das 9h30min, recebidos pelo enólogo e proprietário Luiz Henrique Zanini, que começou a elaborar vinhos finos, em 1999, e, graças à sua arte, profissionalismo e amor à vitivinicultura, obteve vinhos com identidade própria, elegantes, refinados e gastronômicos. O próprio Zanini diz ter uma “filosofia terroirista” no mundo do vinho, preservando o que terra dá, especialmente a acidez típica da serra gaúcha, que alguns consideram defeito, mas ele acredita ser “muito importante para a gastronomia”. O grande forte do vinho gaúcho, diz, corroborado pela esposa Talise Valduga Zanini, é o vinho gastronômico.
Zanini foi buscar inspiração para suas criações em um dos mais fervorosos defensores do terroir – o mítico Domaine de Montille, na Borgonha, onde trabalhou e aprendeu a expressar a individualidade de cada microclima. A proposta da Vallontano é trabalhar com métodos não-intervencionistas, preservado as características conferidas pelo solo e pelo clima de seus vinhedos, respeitando assim seu terroir. “Vinho é arte, é poseia, é expressão da personalidade”, diz Zanini, que produz cerca de 40 mil garrafas-ano, basicamente com uvas das castas Chardonnay, Merlot, Cabernet Sauvignon e Tannat.
A degustação começou com o espumante LH Zanini Extra Brut 2010 Nature, safrado, elaborado com chardonnay e pinot noir, vinificado em branco, as mesmas uvas usadas em Champagne, com muita vivacidade, boa espuma, perlage fina e persistente. O rótulo foi desenhado pela belga Maurice Rosy, que mora em Paris. Base chardonnay 2012, mostrou-se fresco, com boa acidez, elaborado pelo método tradicional, sem passar por barrica, bem franco, R$ 35,00. São 3 mil garrafas numeradas.
Luiz Henrique e Talisa aproveitaram a onda do crescimento do enoturismo no vale dos Vinhedos e fizeram uma proposta cultural de experiência gastronômica, o Vallontano Café. Na entrada da vinícola, um espaço que oferece os bons vinhos de Zanini e pratos elaborados com as melhores iguarias. É o primeiro café gourmet do Vale dos Vinhedos. Oferece sopas, risotos, massas, sanduíches, entre outros. Todos os pratos podem ser harmonizados com os melhores vinhos e espumantes da Vallontano em taça. Além disso, há ainda as tábuas de frios e as sobremesas.
Para finalizar, uma surpresa, Zanini abriu uma garrafa de Era dos Ventos Peverella 2010, um vinho elaborado com a esquecida uva peverella, oriundo do Tiral, vinda de parreirais com mais de 80 anos de idade, e elaborado com se fazia há mais de 60 anos. Trata-se de um vinho, fruto de uma filosofia natural, de cuja safra só restam 800 garrafas, vendida a R$ 160,00 cada uma. Conforme vai diminuindo o estoque, aumenta o preço. Vinho com oxidação intencional, traços ajerezados, levemente picante, tem uma mineralidade que não existe nos demais. Foi um fechamento de ouro.
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