terça-feira, 9 de outubro de 2012

Don Cândido – Dos 8 aos 80 anos pisando uvas



Don Cândido cuida pessoalmente do varejo da vinícola


Uma das grandes figuras do Vale dos Vinhedos é Cândido Valduga, da Vinícola Don Cândido, homem que começou a trabalhar aos 8 anos de idade, pisando uva para o pai que produzia vinhos com uvas híbridas, o chamado “vinho comum”, e vendendo-o para a Companhia Vinícola Riograndense, a introdutora das viníferas no Brasil, criadora dos primeiros vinhos finos do País, e para sua principal concorrente de então, a Dreher. Hoje, aos 81 anos, Dom Candido continua firme, de pé todo o dia, na recepção da vinícola, recebendo os visitantes, contando a história de seus vinhos, da variedades de uvas que introduziu na região e como foi feita a reconversão de vinhedos de uvas americanas para as atuais vitiviníferas.
Procedente de Roveretto, no Tirol Italiano, a Família Valduga chegou ao Brasil em 1875. Estabeleceu-se na Linha Leopoldina, hoje Vale dos Vinhedos, 8º Distrito do Município de Bento Gonçalves. O neto Cândido Valduga, numa área de 12 hectares, no Vale dos Vinhedos, foi aprimorando os vinhedos próprios, onde hoje são cultivados tipos de uvas nobres, as quais são utilizadas na elaboração de quantidades limitadas de vinhos, após rigorosa seleção.
Entre os grandes vinhos da Don Cândido, estão os varietais Marselan, Tannat e Merlot, vendidos por R$ 138,00. O Documento DC Merlot 2009, o Gran Reserva DC Cabernet Sauvignon 2008 (R$ 92,00), o 4ª Geração Marselan 2008 (R$ 54,00). São vinhos fortes, estruturados, mas macios e redondos. A tendência, hoje, é pelo vinho mais jovem, fácil de beber e menos alcoólico, mais leve, mais fraco, diz Dom Cândido. Um de seus vinhos, o Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2008, um dos meus preferidos, que custa R$ 92,00, precisa ficar, no mínimo, uns 30 minutos no decanter. Um dos bons lançamentos atuais é o Documento Brut, 100% chardonnay, a R$ 76,00.
Visitar a Dom Cândido e conhecer Cândido Valduga é conhecer, de um vez só, a história do vinho gaúcho e, principalmente, do Vale dos Vinhedos. Velho imigrante italiano bom de papo, ele é a história viva da região.

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