terça-feira, 9 de outubro de 2012

Na Miolo – Grandes vinhos e espumantes maravilhosos


                              Morgana Miolo

                                Enólogo português Miguel Almeida

Dia 27 de setembro, às 9h30min, estávamos na Vinícola Miolo, na sede pioneira do grupo, que hoje se espalha pelo Brasil e o exterior. Fomos recebidos pelos enólogos, entre os quais o português Miguel de Almeida, e pela Morgana Miolo, diretora de Marketing. Aqui, nasceu o grupo que hoje é o mais importante da vitivinicultura brasileira, com 1.200 hectares de vinhedos no País: Vale dos Vinhedos, Campos de Cima, Caminhos de Pedra, Candiota e Santana do Livramento. Produz 12 milhões de garrafas de vinho e 3,5 milhões de espumantes. Fora do País, a Miolo tem unidades e parcerias no Chile, Argentina, Espanha, Portugal, Itália e França.
Miguel foi um dos primeiros enólogos que me chamou a atenção para o fato de que a safra de vinhos 2012 não será, de maneira geral, maravilhosa, como vinha sendo dito. Em Candiota, por exemplo, duas chuvaradas de 80 mml derrubaram as uvas tintas, tanto que a Miolo, este ano, não produzirá seu vinho ícone, o Sesmarias. Em contrapartida, garantiu que o Sesmarias 2011, que está chegando ao mercado, teve a melhor safra que ele viu depois que chegou ao Brasil. Já o Touriga Nacional 2012, com 50% Tempranillo, lá da Fazenda Fortaleza do Seival, usados no Vinho Seleção,está bom. Setenta por cento da área de vinho da Miolo hoje está na Campanha – Candiota e Santana do Livramento.
As degustações mostraram lançamentos da Miolo. Começamos com um Alvarinho Quinta do Seival 2012, um Super Premium, elaborado em Candiota, 100% alvarinho, com 12,5% de álcool. Vino de acidez elevada, mas gosto. Depois, fomos para um RAR Collezione Viognier 2012, 100% viognier, 13% de álcool, elaborado nos Campos de Cima da Serra, na propriedade do Raul Anselmo Randon, também um Super Premium que passou seis meses em barrica e que chegará ao mercado em janeiro de 2013.
O vinho seguinte apresentado pelo Miguel Almeida foi um Beno Bellavista Estate Pinor Noir 2011, elaborado com uvas da propriedade do narrador esportivo Galvão Bueno, em Candiota, também na Campanha, 100% pinot noir, 13,5% de álcool, outro Super Premium que passou seis meses por barricas de carvalho francês. Oriundo de uma parcela de 10 há plantados com pinot noir, o vinho resultou de um corte de vários tanques. O quarto vinho foi um Merlot Terroir 2009 D.O, para mim o melhor merlot brasileiro, antes mesmo da D.O, elaborado com 100% merlot oriunda do Vale dos Vinhedos, Lote 43, exatamente o que fica defronte da vinícola, em Bento Gonçalves. Tem 24% de álcool e é um Ultra-Premium.
Veio, então, o grande momento, o Almaden Vinhas Velhas, um vinho 100% tannat, com 14% de álcool, fermentação nas barricas, outro vinho ícone da casa, elaborado com uvas tannat que tem 36 anos de idade, cuja videiras foram plantadas ainda pela National Distillers, quando começou o projeto Almadén, em Santa do Livramento. Não quero me gabar, mas logo que a Miolo adquiriu a Almadén, em 2009, em conversa com o Adriano Miolo, diretor do Grupo Miolo, conversamos sobre a produção de um “vinho de vinhas velhas” com o tannat da região. Primeiro, porque a tannat é a uva ícone do Uruguai, ali pertinho, do outro lado da fronteira; segundo, porque não é fácil encontrar vinhedos de viníferas com tantos anos produzindo no Brasil. Ele mandou fazer, saiu um vinho maravilhoso, tanto que o da safra deste ano ano de 2012 foi o mais votado na 20ª Avaliação nacional de Vinhos, realizada em Bento Gonçalves, no final de setembro, com 92 pontos. Foram elaboradas 3.000 garrafas que vale a pena comprar a R$ 85,00 cada uma.
Finalmente, fechamos a degustação com o Miolo Millèsime 2009 D.O., elaborado com 50% de chardonnay e 50% de pinot noir vinificado em branco, com 12,5% de álcool, um Ultra-Premium elaborado no Vale dos Vinhedos, pelo método champenoise. A Miolo está entre as três principais produtoras de espumantes, com 15% do mercado brasileiro, e destinou seus lotes na serra à produção de espumantes, pois é o terroir ideal para as chuvas chardonnay que, quase sempre, contiuem a base dos espumantes brasileiros.

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