terça-feira, 23 de outubro de 2012
DO eleva os vinhos do Vale dos Vinhedos à 1ª divisão
Emílio Kunz Neto, filho do meu grande amigo Eloy Kunz
Foto Gilmar Gomes/D/JN
O consultor Emílio Kunz Neto, 49 anos, é sinônimo de alguns dos grandes sucessos comerciais do mercado nacional de bebidas. Engenheiro químico por formação, especialista em vitivinicultura, ciência e tecnologia dos alimentos, Kunz idealizou e desenvolveu, além do conteúdo, a garrafa que deu à vodka Raiska sua fama de “geladinha”. Outra marca foi a consolidação do Blackstone entre os uísques nacionais. No segmento de bebidas “ICE”, foi um dos pioneiros com a elaboração e o lançamento da Dushy. Kunz pertence a uma verdadeira dinastia da fabricação de bebidas no Sul do Brasil. O avô já era destilador e vinicultor. Mas foi do pai, Eloy, a criação de um uísque que marcou época no país e ajudou a revolucionar a identidade de um município: o Cockland, de Flores da Cunha. Profundo conhecedor da arte de criar marcas fortes e produtos de qualidade, Kunz comenta a recente conquista da Denominação de Origem (DO) pelo Vale dos Vinhedos.
Qual é a importância da DO Vale dos Vinhedos?
Emílio Kunz Neto: A DO eleva os vinhos brasileiros ao nível dos melhores do mundo. É um clube com poucos sócios, assim como no futebol, onde a primeira divisão tem um número limitado de times. Em termos evolutivos, a DO representa o debut para os vinhos brasileiros, uma transição entre a infância e a vida adulta. A partir de agora, vamos caminhar para a maturidade.
O que significa e qual a importância de ter uma DO?
Emílio Kunz Neto: Para o consumidor, é uma garantia de encontrar vinhos com procedência e qualidade garantidas. Mais do que isso, significa que um rótulo com o selo da DO tem tipicidade, que nada mais é do que a personalidade genuína de um vinho. A DO garante que os produtos são elaborados respeitando os mais altos graus de exigência e controle, mas, sobretudo, que possuem identidade própria. A DO ainda é um atestado de que a região tem características singulares reconhecidas, simplificando, um sabor único. O mais importante é que a busca de regulamentação, que em síntese é a procura por mais qualidade, partiu dos próprios produtores, assim como no café brasileiro, hoje reconhecimento mundialmente. É isso que traz confiabilidade ao consumidor.
O que é preciso para a DO ser reconhecida entre os consumidores?
Emílio Kunz Neto: O sucesso comercial da DO só virá com o tempo e, claro, não está garantido. O selo precisa virar marca e isso só acontecerá se o consumidor realmente reconhecer o diferencial de qualidade. O caminho é divulgar a existência da DO Vale dos Vinhedos e o que ela significa. Um dos grandes obstáculos pela frente é o costume do consumidor de escolher vinhos pela uva e não pela região ou país. Isso é um problema que precisa ser enfrentado com criatividade e educação do consumidor.
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