Com a presença do vice-governador gaúcho, Beto Grill, e da vice-governadora e ministra da Economia, Energia e Planejamento da Renânia-Palatinado (Alemanha), Eveline Lemke, foi inaugurada na quarta-feira (24 de outubro) uma planta piloto para produção de pellets a partir do bagaço e engaço da uva. O equipamento faz parte de um projeto de aproveitamento de biomassa (no caso resíduos da indústria vitivinícola) como fonte de energia desenvolvido entre a Fundação Proamb (Bento Gonçalves) e a Agroscience, instituto de agroecologia alemão. O evento e a instalação provisória ocorreu em uma grande vinícola da Serra, parceira de longa data da entidade bento-gonçalvense. A ideia, a princípio, é que os testes de adaptação da nova tecnologia sejam feitos durante a safra 2013.
A presidente da Proamb, Juliana Ferrari Dal Piaz, lembrou em seu pronunciamento de uma fala do CEO da Agroscience, Roland Kubiak, durante a assinatura do documento oficial para a vinda do equipamento, há um ano, que mostra a sintonia entre as instituições. Ele disse, na época, que essa era um projeto inicial que deveria estreitar os laços de cooperação mútua. Hoje, para a presidente, ocorreu a ratificação do esforço que deve existir no sentido de aproximar tecnologia e conhecimento entre alemãs e brasileiros.
Já a vice-governadora da Renânia-Palatinado, lembrou do processo de aproximação que tem ocorrido entre o estado alemão e a gaúcho, principalmente no último ano. “Por isso viemos com uma delegação com várias pessoas, para reforçar essa proximidade. É mais fácil fazer contatos e acordos com quem já se conhece e se tem afinidade”, disse Eveline Lemke, salientando a presença de várias autoridades na comitiva, como o presidente da Assembléia da Renânia, Joachim Mertes. Usando o exemplo da Alemanha, a vice-governadora considera que os desafios são grandes e, se não houver cuidado, em breve a população estará usando o dobro dos recursos naturais. Segundo ela, novas tecnologias são necessárias, assim como know-how, e a cada dia vai se aprendendo como a inovação acontece, passo por passo. “Inovação exige 5% de novas ideias e 95% de suor. Este projeto é um exemplo disso, pois há mais de um ano é trabalhado nele”, argumentou Eveline.
A vice-governadora lembrou que o uso do resíduo em projetos como o da produção de pellets representa uma mudança de postura. “O que era lixo hoje passa a ser visto como matéria-prima”. Para ela, esse processo de se ver o valor agregado é uma abordagem, até política, excelente.
Para o vice-governador gaúcho, a inauguração da planta piloto é a resposta prática de um esforço. Beto Grill acredita que ações como essa, além dos vários encontros já ocorridos com a vice-governadora, devem ser multiplicadoras de muitas outras entre Brasil (especialmente com o Rio Grande do Sul) e Alemanha. Ele parabenizou à Fundação Proamb pelo conjunto da obra, por acreditar nesse projeto, e à vinícola que recebeu esta fase do trabalho por não se acomodar e estar sempre em busca de alternativas as demandas. Beto Grill afirmou que o Estado está acreditando que é preciso inovar, mas dentro dos princípios de desenvolvimento sustentável, crescimento econômico e bem-estar e qualidade de vida da população. “Precisamos apostar na nova economia, mas também fortalecer a nossa base produtiva. A partir daí toda a cadeia será fortalecida”.
Depois dos pronunciamento das autoridades, os técnicos da empresa Pusch, fabricante do equipamento de produção de pellets, fizeram uma exposição a respeito do processo desenvolvido no projeto e das vantagens do uso da biomassa como fonte de energia ou combustível.
É sabido que a Serra gaúcha representa 90% da produção de uvas e vinhos do Rio Grande do Sul. Na última safra gaúcha foram colhidos quase 700 milhões de quilos de uva. Desse volume, cerca de 1/5 vira bagaço e engaço. A ideia é que os pellets produzidos com esses resíduos sejam usados como combustível nas caldeiras das próprias vinícolas. Hoje, as caldeiras são alimentadas com óleo. Uma tonelada de pellets gera a mesma energia que 500 litros de óleo, porém, o custo dos pellets é três vezes menor que o do óleo (combustível fóssil).
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