Minha bonita amiga, jornalista Lu Móglia, é quem manda a informação: inspirada nas variedades que remontam a história dos espumantes, a Miolo Wine Group lançou, em novembro, a linha Miolo Cuvée Tradition. Elaborada pelo tradicional método francês champenoise, a nova linha é composta por três produtos produzidos e engarrafados no Vale dos Vinhedos: brut, brut rosé e demi-sec. “A nova linha substituirá os consagrados Miolo Brut e o Miolo Brut Rosé, que projetaram a Miolo entre as principais produtoras de espumantes do País. A Cuvée Tradition é uma evolução dessa história”, afirma o diretor-técnico , Adriano Miolo.
Embora ainda não tenha provado o Cuvée Tradition, cometi a ousadia de sugeri-lo ao meu amigo, jornalista Aldo Renato Soares, de Brasilia, que mandou pedir-me uma sugestão de espumante para substituir a tradicional caixa de Chandon que leva para os pais todo fim-de-ano. Confiei no taco do enólogo Adriano Miolo. Vamos ver se tudo dá certo e a família Soares aprove o novo espumante.
O lançamento do Cuvée Tradition tem o desafio de consolidar a liderança da empresa como uma das maiores produtoras de espumantes das Américas pelo método champenoise e conquistar consumidores que valorizam a tradição e a qualidade evidenciadas por esse método de elaboração. Assim como as champanhes francesas, os espumantes da linha serão elaborados com as uvas Pinot Noir e Chardonnay. Além dessas duas uvas, o corte do Miolo Brut era feito com a merlot.
“Intensificamos a produção pelo método champenoise porque queremos elaborar espumantes que atendam a um segmento de consumo que busca a exclusividade, a qualidade e a tradição”, afirma o diretor-técnico, Adriano Miolo, lembrando que todo o processo de elaboração do espumante por esse método ocorre na própria garrafa, em ambiente climatizado, e com longo período de envelhecimento (autólise) nas caves subterrâneas da empresa, no Vale dos Vinhedos, RS.
Dados da Uvibra mostram que o Brasil produziu em 2008 cerca de 9,5 milhões de litros de espumantes. Destes, estima-se que menos de 10% são elaborados pelo processo champenoise. “A escolha do nome da linha reporta exatamente a essência do produto e seu conceito. A tradição encontra-se em todos os processos de elaboração da bebida e nas variedades utilizadas”, afirma Miolo. Todos espumantes dessa linha são elaborados a partir do corte tradicional das variedades Pinot Noir e Chardonnay.
O projeto Cuvée Tradition exigiu investimentos de aproximadamente R$ 5 milhões realizado a partir de uma parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) visando buscar a excelência na produção de espumantes e triplicar a elaboração destes na Miolo no Vale dos Vinhedos (RS) para 1,5 milhões de garrafas. Os recursos foram aplicados na modernização dos vinhedos e em máquinas específicas para o champenoise.
O projeto determinou a automatização de todo o sistema da vinificação com alta tecnologia objetivando viabilizar um sistema artesanal em escala de produção. A tecnologia foi importada da Europa e desenvolvida no Brasil. “O mérito do projeto da Miolo foi inovar na atividade de vinhos espumantes”, afirma Murilo Azevedo, chefe do departamento de agronegócios da Finep.
As principais mudanças ocorreram na automatização da “Remuage”- processo no qual as garrafas eram giradas ¼ de volta manualmente todos os dias, durante aproximadamente uma semana visando decantar as leveduras do espumante para sua extremidade - e do degorgemant – que consiste no congelamento do gargalo das garrafas, juntamente com as leveduras que ali se depositaram. Dessa forma, quando a garrafa é aberta para a retirada desses precipitados a perda de pressão diminui bastante. “As máquinas melhoraram os processos e possibilitaram uma constância na qualidade, tão importante para a consolidação de uma marca”, explica Flávio Fachinelli, consultor do projeto.
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