terça-feira, 17 de novembro de 2009

Rar Collezione Pinot Noir 2008

Creio que há uma ou duas edições do Blog escrevi, a respeito de uma degustação de vinhos pinot noir, que não havia gostado muito de minha primeira experiência com o Rar Collezione Pinot Noir, originário de Muitos Capões, nos Campos de Cima da Serra, onde o Midas Raul Randon cultiva vinhedos especiais, a 1.000 metros de altitude. Revirando meus papéis, encontrei algumas anotações sobre este vinho.
Envelhecido em barris de carvalho, tem graduação alcoólica de 14°, não muito elevada, mas dentro do padrão. Na análise visual, que o norte-americano Robert Parker acaba de dizer, lá na Espanha, que não é um dos aspectos mais importantes para se apreciar um vinho, tem tonalidade média com coloração rubi e leves tons violáceos. A coloração é típica dos pinot noir. Na análise olfativa, tem alta intensidade aromática, com notas de fruta e da madeira (carvalho) do envelhecimento. Os enólogos citam como seus melhores descritores do aroma as especiarias, o cassis, a baunilha e as frutas secas. Na análise gustativa, que, para mil, é a mais importante, é um vinho de médio corpo, com taninos delicados e elegantes.
O vinhedo de pinot noir foi conduzido pelo sistema de espaldeira simples com controle de produção. A produção por hectare foi de aproximadamente 8 mil quilos. A colheita foi manual, em caixas de 20 kg, na segunda quinzena de fevereiro de 2008, sendo transportadas de lá dos Campos de Cima da Serra, em Vacaria, para vinificação na Miolo, em Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos.
Na vinícola, houve seleção manual dos cachos em mesa selecionadora – trabalho feito por mulheres – e desengarce dos cachos mantendo as bagas inteiras. O enchimento dos taqnues (encubados) foi feito por gravidade e a maceração em frio (criomaceração) a 8°, com bagas inteiras por 4 dias. A fermentação alcoólica aconteceu à temperatura controlada de 25° a 28°, com 3 a4 pigeages por dia para extração lenta da cor e taninos e 1 délestage para estabilização da cor. O descube foi por gravidade, a fermentação malolática espontânea e completa e o amadurecimento, como já tido, em barricas de carvalho francês.
Tudo isso resultou num vinho que se deve beber na temperatura de 16°, acompanhando um bom filé acebolado, um bife à role, carne assada e até pizza, esta comida de bárbaros, como diz meu saudoso amigo Luiz Paulo Pilla Vares. É bom, também, com massas de molho vermelho, frango grelhado e risotos com funghi, carnes e queijos. Estou com uma garrafa reservada, para abrir mais adiante, porque talvez não tenha gostado muito do que bebi por estar muito jovem.

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