Agora, sim, Roberto Parker, o famoso crítico norte-americano de vinho, recebeu uma garrafa de vinho brasileiro, fato comprovado por testemunhas. Muito vinicultor brasileiro já havia dito ter entregue seu vinho a ele, mas Parker sempre disse que nunca havia provado vinho brasileiro – o que não acredito, embora ele tenha repetido a história. Vamos ver, agora, se ele abre a garrafa, se bebe o vinho e, finalmente, se opina sobre ele.
O crítico norte-americano Robert Parker, que valoriz ou destro um vinho, conforme o que escreve sobre ele, recebeu, pela primeira vez, uma garrafa de vinho brasileiro das mãos da gerente de Promoção Comercial do Wines From Brazil, Andreia Gentilini Milan. Foi na Espanha, dias 12 e 13.
Robert Parker, considerado há 30 anos o crítico de vinhos mais influente do mundo, terá a oportunidade de degustar, pela primeira vez, um vinho brasileiro. Ele recebeu de Andreia Gentilini Milan uma garrafa do Salton Talento 2005. “Nunca coloquei uma gota de vinho brasileiro na boca. Trabalho com vinhos há 25 anos e jamais recebi algum telefonema de um importador oferecendo degustação de vinhos brasileiros. Nem fui procurado por um representante do governo brasileiro responsável pela promoção de vinhos”, disse ele em entrevista à revista Veja, em 2003. De lá até hoje, ele permanecia virgem em relação aos vinhos made in Brasil.
Parker degusta cerca de 6 mil vinhos por ano. Nada demais, visto que, no passado, sua média era de 10 mil degustações ao ano. Ele escreve sobre vinhos desde 1978 e publica o imprescindível jornal The Wine Advocate (O Advogado do Vinho).
No Wine Future Rioja, o crítico norte-americano conduziu uma degustação de 20 vinhos da variedade Granacha, originária da Espanha. Todos os rótulos, vindos da França, Espanha, Austrália e Estados Unidos (Califórnia) tinham mais de 90 pontos, a maioria entre 94 e 98. Comentando o que mais valoriza nos vinhos, Parker disse que não dá muita importância para a cor dos vinhos. “No nariz, aroma é o onde está o encanto do vinho, puro, intenso, revelando a sua personalidade. Na boca, dou muita importância a textura do vinho, se é intenso, saboroso e aromático e não muito pesado. Deve ser limpo e puro”, ensinou.
Taí um aspecto sobre o qual eu gostaria de ouvir o meu amigo e crítico de vinhos Olyr Correa, embora ele não seja, propriamente, um admirador do Parker. Qual é a importância da cor no vinho na apreciação de suas qualidades?
O crítico norte-americano ainda comentou que o consumo de vinho nos Estados Unidos está despertando paixões, especialmente em relação aos tintos, apesar de os brancos também estarem experimentando um notável crescimento.
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Um comentário:
Ucha,
não gosto muito é do gosto do Parker (que não combina com o meu) e o conceito de notas numéricas. Mas do seu profissionalismo não posso não gostar.
Quanto à cor, ele tem toda a razão.
Avaliar cor, como cheirar rolha, é para jardim de infância. Um profissional do gabarito dele não precisa ver se o vinho está turvo ou se está atijolado para dizer que está estragado ou descendo a coxilha.
Quanto à beleza da cor, depois do sujeito ter visto dezenas de milhares de vinhos, nenhuma cor vai lhe surpreender estéticamente.
Mas como digo, grandes egos escolhem a política ou as artes. Pequenos egos tem como hobby o vinho.
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