terça-feira, 24 de novembro de 2009

Merlot Boscato 2005, tangos e memória

Na noite de segunda-feira, bebi um Boscato Merlot 2005, em companhia do deputado estadual Adão Villaverde (PT), também chamado "deputado do vinho", porque é um bom bebedor de vinhos e competente defensor do setor. O encontro foi no restaurante Vitrine Gaúcha, no DC Navegantes, em Porto Alegre, durante o lançamento do 11º Festival de Música Um Canto para Martin Fierro, lá da minha terra natal Santana do Livramento. Nos intervalos entre uma música e outra conversamos muito sobre vinho, despertados pela qualidade do merlo do Boscato. Uma das conversas girou em torno da promessa de um "grande" pinot noir que estaria sendo feito pelo Marco Danielle, segundo meu amigo Didu Russo. Tanto Villaverde, quanto eu, ficamos na expecativa, porque não acreditamos muito nos pinot noir elaborados no Brasil, uma vez que é uma uva de difícil adaptação aos solos gaúchos. Vamos esperar para ver.
Estava junto conosco o gaiteiro Nelson Cardoso, uma legenda da pampa gaúcha, que falou muito sobre os tannats que tem bebido no Uruguai. Aliás, um tanatt muito bom é o da Coxilha de Santana, elaborado pelo Gladistão Omizzolo ao pé do cerro de Palomas, terra do jornalista Juremir Machado da Silva, em Livramento. Nelson Cardoso será homenageado por seus 50 anos de gaita ponto, dia 17, na abertura do festival. Como velho amigo e fã dele, estarei lá, aplaudindo meu parceiro de tangos e serenatas no início dos anos 60. Também passaram por nossa mesa a deputada federal Emília Fernandes, madrinha do festival, e seu filho Carlinhos Fernandes, responsável pela criação do evento de Livramento.
Em tempo, o festival se denomina Um Canto para Martin Fierro porque o poeta e político argentino José Hernandez começou a escrever o famoso poema em terras de Livramento, durante um exílio, lá pela década de 1870. Hoje, o poema é a Biblia do Gaúcho. Aliás, os argentinos não gostam muito de repartir esta glória, assim como não gostam que se diga que Gardel não é argentino e que Jorge Luis Borges era descendente de portugueses! Também ficam brabos quando os uruguaios dizem que o tango é criação oriental.

2 comentários:

OC disse...

Olha a revisão, Ucha.
É Cordilheira de Santana e o vinho é o Reserva dos Pampas Tannat 2004.
Está muito bom com 5 anos, embora algumas garrafas (na verdade, duas) estavam com a acidez volátil um pouco acima do que pode ser tolerado.
Acho que pelo tempo de estocagem e por ser a primeira safra, é compreensível que um "arzinho" possa ter adentrado ao recinto.
Já o Adão Villaverde, na ocasião que o conheci, em Palomas mesmo, me pareceu mais um advogado da menor parte do setor (as vinícolas) que da maior parte (nós, o povo consumidor).

OC disse...

Correção, o Tannat da Cordilheira não chama-se Reserva dos Pampas.
Só Tannat mesmo.
Perdão.