A comercialização de vinhos elaborados no Rio Grande do Sul – responsável por cerca de 90% da produção nacional – alcançou um crescimento de 12,7% de janeiro a outubro deste ano no Brasil, em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme levantamento do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), foram vendidos 189,9 milhões de litros de vinhos finos e de mesa nos dez meses de 2009, ante 168,4 milhões de litros colocados de janeiro a outubro de 2008.
O incremento nos vinhos finos tintos é ainda maior, de 16,3%, com a colocação de 10,7 milhões de litros. “É o maior volume já vendido desde 2001, quando começou a ser feito o levantamento informatizado de dados pelo Cadastro Vinícola”, comemora o gerente de Marketing do Ibravin, Diego Bertolini. O recorde anterior era do ano de 2007, com 10,5 milhões de litros de vinhos finos tintos.
Segundo Bertolini, o aumento do consumo de vinhos sentido nos dez meses deste ano em relação a igual período de 2008 deve-se a uma combinação de fatores, a começar pelas ações de divulgação – o lançamento da campanha institucional e publicitária “Abra a cabeça, abra um Vinho do Brasil” – e participações em feiras coordenadas pelo Ibravin. Ele também destaca a entrada em vigor, desde o início do ano, da obrigatoriedade do Selo de Controle Fiscal para as Sangrias e os Coquetéis, que pode estar influenciando o aumento da comercialização de vinhos, especialmente de mesa, que tiveram acréscimo de 13,2% de janeiro a outubro. “O inverno mais rigoroso dos últimos anos igualmente colaborou para um maior consumo de vinhos, bem como a adaptação dos consumidores quanto à Lei Seca”, salienta Bertolini.
Para o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Raimundo Paviani, os números mostram que a tendência de crescimento nas vendas este ano se concretiza com o fechamento do mês de outubro. Paviani observa, contudo, que apesar das boas vendas do ano, o setor ainda amarga um déficit em relação à comercialização de vinhos na comparação com anos anteriores. Em 2007, por exemplo, no mesmo período de tempo, foram colocados 193,6 milhões de litros de vinho; em 2006, 205 milhões de litros; e em 2005, o maior volume, com 220 milhões de litros vendidos de janeiro a outubro. “Estamos recuperando espaços de mercado, mas ainda estamos 13,7% inferior ao volume colocado nos dez meses de 2005 [220,2 milhões de litros], o melhor ano desta década”, alerta. “Estes resultados positivos são animadores e mostram que o setor deve continuar focado na promoção de vendas e no convencimento dos consumidores de que a qualidade dos vinhos está em constante evolução”, argumenta.
A comercialização de vinhos espumantes elaborados no Rio Grande do Sul cresceu 14,6% de janeiro a outubro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram colocados no mercado 6,5 milhões de litros de espumantes nos dez meses do ano, ante 5,7 milhões de litros em igual época do ano passado. Os espumantes moscatéis tiveram um incremento nas vendas ainda mais expressivo, de 22,6%.
Os primeiros dez meses do ano terminaram com um acréscimo de 41,5% na venda de suco de uva integral/natural no Brasil. A comercialização total de suco de uva (reunindo o natural, adoçado, concentrado e reprocessado) teve alta de 26% de janeiro a outubro.
Os números apurados pelo Ibravin referem-se ao Rio Grande do Sul – origem de aproximadamente 90% da produção brasileira de vinhos e derivados – conforme o Cadastro Vinícola, mantido em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As informações não abrangem o restante do País em razão de outros estados brasileiros não implantarem o Cadastro Vinícola.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário