Ampliar o conhecimento do vinho brasileiro no mercado interno e externo. Este é o objetivo da nova campanha institucional que o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) lança nesta terça-feira (7), a partir das 18h, no restaurante Farofa (Rua General Câmara, 424), no centro de Porto Alegre. As peças publicitárias da campanha começam a ser veiculadas, em nível nacional, no dia 13 de julho, com continuidade até o final do ano.
Criada pela agência Escala, a campanha traduz o novo posicionamento dos vinhos brasileiros no mundo do vinho, a partir de um trabalho de reflexão estratégica desenvolvido pelas entidades do setor vitivinícola nacional, com suporte da empresa de consultoria Top Brands. “O objetivo é reposicionar a categoria de vinhos brasileiros no mercado nacional e iniciar um processo de construção da imagem e posicionamento da marca no exterior”, afirma o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Raimundo Paviani.
Maior país da América Latina e terceiro maior produtor da América do Sul, o Brasil é um legítimo representante dos países reunidos no chamado Novo Mundo do vinho, mas com características peculiares que o diferenciam de todas as demais nações. “A ideia é mostrar que o vinho brasileiro é alegre, jovem e autêntico”, comenta Paviani.
Esta mensagem, que traduz os vinhos feitos no Brasil e aponta o seu público consumidor, estará refletida nas imagens utilizadas nas mais de 25 feiras e eventos nacionais e internacionais que o Ibravin e o Projeto Setorial Wines From Brazil (WFB) participarão este ano. Esta proposta será exibida também em uma campanha publicitária com duração de seis meses e abrangência nacional. “A linguagem utilizada para a construção da imagem pretendida é moderna, descontraída e alegre como os brasileiros”, define o gerente de Marketing do Ibravin, Diego Bertolini.
O especialista em marketing Eduardo Muniz, consultor da Top Brands, diz que no exterior há uma grande curiosidade sobre os vinhos brasileiros. Entre os brasileiros, contudo, a falta de informação sobre os avanços da indústria vitivinícola e a memória de um passado com produtos duvidosos, criaram uma certa resistência entre os consumidores. “O que vale é a percepção que as pessoas têm dos produtos e hoje ela está deslocada da realidade”, argumenta. “Queremos atingir a emoção das pessoas para mudar esta situação”.
O também consultor da Top Brands, Júlio Moreira, faz uma comparação interessante para exemplificar a imagem do produto. “Se fosse uma pessoa, o vinho brasileiro seria visto hoje como uma pessoa tímida, sem personalidade, rejeitada”, aponta. Mas, nos últimos anos, a indústria vinícola deu saltos formidáveis em termos de qualidade e, via de regra, os produtos apresentam excelente qualidade. “O reconhecimento comprovado em mais de 1.800 premiações internacionais comprova a qualidade dos vinhos brasileiros”, destaca Moreira.
As características normalmente atribuídas aos vinhos brasileiros são de leveza e frescor, com produtos frutados, pouco alcoolicos e moderados em madeira – em oposição ao peso e à complexidade do Velho Mundo. “No mercado externo, se fosse uma pessoa, o vinho brasileiro seria alguém exótico, inusitado, desconhecido. Ou seja, não há problema a vencer, o desafio é construir e comunicar a identidade do produto”, ensina o consultor.
Apesar de jovem em comparação com as históricas regiões produtoras de vinhos do Continente Europeu, a indústria vinícola brasileira deu saltos formidáveis em termos de inovações tecnológicas e manejo dos vinhedos nos últimos 15 anos. O investimento é constante nos 40 mil hectares dedicados à produção no Brasil, distribuída em seis principais regiões: a Serra Gaúcha (incluindo a Indicação Geográfica – I.G. – do Vale dos Vinhedos, com 90% da produção), a Campanha, a Serra do Sudeste e os Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul; o Planalto Catarinense, em Santa Catarina; e o Vale do São Francisco, no Nordeste do País.
Os resultados são colhidos na forma de produtos de excelente qualidade. “Já possuem notório reconhecimento os espumantes da Serra Gaúcha, pela sua leveza e frescor, e muitos vinhos tintos e brancos, pela diversidade encontrada entre os tradicionais paralelos 28º e 32º Sul até o Vale do São Francisco (entre 8º e 9º), a maior região de vinhedos próxima ao Equador, com a elaboração de duas safras anuais”, destaca a gerente de Promoção Comercial do WFB, Andreia Gentilini Milan.
No mundo, o vinho brasileiro ainda tem uma página em branco. Longe de ser um problema, este fato é encarado como uma oportunidade pelo Ibravin. “Ainda temos um longo caminho pela frente, mas a recente história dos vinhos do Brasil aponta para a conquista de um espaço de destaque no mercado vinícola global”, acredita Andreia.
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