domingo, 20 de novembro de 2011

Portugal 7 – Um vinho ícone, Dona Ali, o mais caro de Portugal


O porco preto na Herdade dos Grous

Os enólogos Pedro Ribeiro e Luis Duarte mostram a preciosidade: Dona Ali
Fotos DU/JN


Herdade dos Grous tem muita beleza e grandes vinhos
Foto HG
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A grande paixão do enólogo Luis Duarte, neste momento, é a colocação no mercado de um vinho que ele desenvolveu com muito carinho,o dona Dona Ali, uma homenagem à esposa do dono da Herdade dos Grous, Reinfriend Pohl, recentemente falecida, e que era muito querida por todos. É um alicante bouschet, touriga nacional e cabernet sauvignon, que passou 24 meses em barricas de carvalho francês, e do qual serão engarrafadas apenas 2 mil unidades para serem colocadas dentro de uma luxuosa caixa de madeira. Duarte não disse o preço do vinho, mas garantiu: “Serei o produtor português que venderá o vinho mais caro de Portugal.” Ele acredita que o lançamento, nos próximos dias, desaparecerá rapidamente do mercado, disputado pelos cinco mil diretores do grupo. Provei o vinho, como se verá mais adiante, é maravilhoso.
Visitados os campos, os vinhedos, as oliveiras de 500 anos, os cavalos lusitanos, as ovelhas e as vacas alentejanas, os porcos pretos e a cantina, que não é muito diferente das demais, mas extremamente moderna, fomos para o almoço e a degustação dos vinhos da Herdade dos Grous, coordenada por Luis Duarte e Pedro Ribeiro. Começamos com um Herdade dos Grous 2010, elaborado com arinto, roupeiro e Antão Vaz, fresco, jovem, frutado, sem madeira, que acompanhou bem as azeitonas galegas, o presunto Pata Negra elaborado na própria herdade e outros petiscos portugueses. Depois, um Herdade dos Grous Reserva 2010, branco, com Antão Vaz, verdelho e viognier, que estagiou oito meses em barrica, cor dourada, aroma de fruta que sugere pêssego e lima bem integrado, com notas de baunilha provenientes da madeira onde fermentou.
Seguiu-se um Herdade dos Grous 2009, com aragonez, syrah, alicante bouschet e touriga nacional, que passou nove meses em barricas francesas e americanas, e que acompanhou muito bem a vitela com aspargos, batata assada e favas. É um vinho tinto de aroma complexo de frutos vermelhos bem maduros com notas de especiarias provenientes do estágio em madeira.
O outro prato foi um lombo de novilho, muito bem acompanhado pelo 23 Barricas 2010, outro vinho só elaborado pela Herdade dos Grous em safras de excepcional qualidade. Feito com touriga nacional e syrah, de cor granada profunda e aroma complexo, proveniente do estágio em madeira, elegante. Depois, comemos um lombinho de porco preto, com arrozinho cremoso de farinheira, e bebemos um Moon Harveste Tinto 2009, cujas uvas foram colhidas ao luar, para aproveitar a proximidade da Lua em relação à Terra, o que influencia o vinho, assim como são influenciadas as marés nos oceanos; 100% alicante bouschet, tem sabor rico e redondo, cor rubi e notas interessantes de madeira.
O sexto vinho oferecido por Luis Duarte foi um Herdade dos Grous Reserva 2009, elaborado com tinta miúda (30%), touriga nacional (20%) e alicante bouschet (50%), que passou 16 meses em barrica nova francesa. Ainda está muito novo na garrafa, mas tem potencial para evoluir, pois é muito concentrado, estrutura de taninos firme e muita acidez. Caiu como uma luva com o porco preto elaborado pelo chef Ricardo Moutinho.
Finalmente, o grande momento, a prova do Dona Ali 2008, a paixão do enólogo Luis Duarte. O lançamento será feito ainda neste mês de novembro e nós tivemos a primícia. É um super vinho. Muito bom. O melhor de todos os que bebi naquele almoço fantástico. Está muito novo, ainda, pois foi tirado do barril, mas vai ser dos bons. Pena que serão apenas duas mil garrafas de 1,5 litros, que sumirão do mercado rapidamente. Passou 24 meses em barricas novas de carvalho francês.Terminamos o almoço com um Late Harveste 2008, elaborado com petit manseng, na qual foi inoculada a Botrytis Cinerea e duas vezes por dia regada com água gelada para provocar umidade. Resultou um vinho com boa acidez e boa doçura, suave, não agressivo pelo doce.

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