domingo, 20 de novembro de 2011

Portugal 15 – Quinta Dona Maria, uvas pisadas só por moças de 22 anos


Julio Bastos quer produzir 500 mil garrafas/ano

Quinta Dona Maria, em Estremoz, vem do século XVIII
Fotos DU/JN
................

O Dia de São Martinho, 11 de novembro, nos pegou na Quinta Dona Maria, em Estremoz, recebidos por Julio Bastos, hoje dono daquelas instalações do século XVIII, criadas pelo rei D. João V. Já se chamou Quinta do Carmo. Possui um enorme jardim, grandes alas de edifícios e uma bela capelinha dedicada à Nossa Senhora do Carmo. Nas instalações vinícolas, tanques de concreto e de inox, barris de carvalho e lagares de mármore onde as uvas são pisadas só por moças com a idade de 22 anos, que trabalham ao som de música. O novo esquema de produção começou em 2003, a produção é de 350 mil garrafas/ano e a meta é de chegar às 500 mil garrafas/ano. Como nas melhores vinícolas que buscam qualidade aos seus vinhos, a produção é de 5 toneladas de uvas por hectare.
A degustação, coordenada pelo próprio Julio Bastos, começou com o Dona Maria Rosé 2010, com 60% de aragonez e 40% de touriga nacional, cor salmão, seco, mas com leve doçura no final, é bom aperitivo. Depois, um Dona Maria Branco 2010, com arinto (30%), Antão Vaz (30%) e viosinho (30%), com 13º de álcool, e um Dona Maria Viognier 2010, 100% viognier, com notas florais de jasmim, pêra e damasco, acidez equilibrada, longo e persistente na boca, sem madeira. O Dona Maria Amantis 2009, também com viognier, já passou seis meses em barris de carvalho francês, seguido de battonage (descansando sobre as borras finas), e mostra mais estrutura em sua bonita cor dourada.
O Dona Maria Tinto 2008 foi elaborado com 50% de aragonez, 20% de cabernet sauvignon, 15% de alicante bouschet e 15% de syrah, passou 6 meses em barrica de carvalho (60%) e carvalho americano (40%). É um vinho que, para ser melhor apreciado, precisa ser aberto uma hora antes e ser colocado no decanter, sedoso, seco e austero. Já o Dona Maria Amantis 2007, levou 35% de syrah, 30% de petit verdot, 25% de cabernet sauvignon e 10% de touriga nacional, resultando um vinho rubi escuro, que passou 1 ano em barrica de carvalho francês (70%) e carvalho americana (30%). Um vinho excelente.
Outro vinho do Julio Bastos que deve ser aberto, pelo menos, duas horas antes de beber é o Dona Maria Tinto Reserva 2006, elaborado com alicante bouschet (50%), petit verdot e syrah,proporcionalmente, pisadas nos lagares de mármore e, depois, 1 ano em carvalho novo francês. Resultado, um vinho de 14,5º de álcool, cor rubi retinta, um vinho que não morre com a comida, mineral. Seguiu-se o Alicante Bouschet Julio B. Bastos 2007, homenagem ao pai de Julio Bastos, outro vinho que deve ser aberto duas horas antes de ser bebido, estagiou 14 meses em barricas de carvalho francês novo, 100%, e que tem potencial para ficar muitos anos em sua adega, ganhando cada vez mais o aroma de especiarias. É um vinho de E 75 (R$ 147,00), em Portugal, mas que aqui no Brasil custará em torno de R$ 500,00.
A seguir, degustamos os Dona Maria Touriga Nacional 2009 e Dona Maria Petit Verdot 2009, ambos 100%, ambos de aromas intensos a flores, combinados com frutos silvestres. São vinhos que chegarão ao Brasil a R$ 160,00.

Um comentário:

Tarcis Rafael Capelletti disse...

Olá, Ucha. Estes vinhos são trazidos para o Brasil pela Decanter, e estão a venda em Porto Alegre no Armazém dos Importados.
Forte abraço.