segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um parque com tudo sobre ovelha


Tarcisio Michelon investe firme no turismo em Bento Gonçalves
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Bento Gonçalves, cidade que já é exemplo de desenvolvimento do turismo, com base especificamente em vinho e gastronomia, dentro de uma paisagem deslumbrante, não pára de investir para atrair visitantes. Uma das novidades é a montagem de um Parque da Ovelha, junto à Casa da Ovelha, nos chamados Caminhos de Pedra, uma tração turística com a recuperação das antigas casas de pedra dos imigrantes, nas quais foram instalados restaurantes e lojas de vendas de produtos coloniais.
A Casa da Ovelha, criada pelo empreendedor Tarcisio Michelon, é uma fazenda (300 ovinos), uma fábrica (queijos de ovelha, doce de leite,. Iogurtes, molhos, cremes e cosméticos de origem ovina) e um varejo onde os produtos são comercializados, num belo prédio de pedra e madeira. O criativo Tarcisio está se inspirando no Big Sheep (Grande Ovelha), da Inglaterra, para criar um Parque da Ovelha, no qual, além de uma coleção de ovinos das diferentes raças existentes (só no Brasil são cerca de 30), haverá outras atrações relacionadas com ovinos. As crianças, que adoram ver os cordeirinhos recém nascidos, poderão, por exemplo, pegar mamadeiras e dar leite para eles! Já está funcionando o tambo, no qual os visitantes vêem como se tira e processa o leite de ovelha.
O queijo de ovelha, principalmente o Pecorino, é muito bom, mas não é barato. O quilo anda em torno dos US$ 50, entre R$ 70,00 e R$ 80,), dependendo do tempo de maturação. O grande problema, segundo Tarcisio Michelon, é que é muito caro criar ovelhas de leite no Brasil por causa dos impostos, da falta de um mercado consumidor maior e, principalmente, da falta de subsídios. Na Europa, o quilo de queijo custa apenas US$ 5, mas o rebanho é altamente subsidiado pela Comunidade Européia, além de haver um mercado consumidor tradicional.
Outra iniciativa nova de Bento Gonçalves para fortalecer o turismo é a instalação de uma fábrica de embutidos elaborados de forma tradicional e com o chamado “porco comum”, muito mais delicioso que o “porco carne” usado hoje em dia pelos grandes frigoríficos, o que possibilita uma variedade maior de salames, presuntos e copas. O trabalho está sendo coordenado por Beatriz Paulus, da Atuaserra, com assessoria oficial da Itália, especialista em embutidos. Na Itália, existem 80 tipos de salame. No Brasil, neste momento, em conseqüência das fusões de frigoríficos, dois ou três.
Para obter um produto diferenciado, os italianos fizeram questão de escolher e selecionar os tipos de porcos cuja carne será utilizada. Levaram pelos das raças comuns pata de burro e orelha de brinco, entre outras, e selecionaram como o melhor para este tipo de embutidos o orelha de brinco. Os produtos resultantes deverão ter o DNA deste porco, o que será uma espécie de “controle de origem”.
A partir do Embutidos da Serra, nome do projeto, os hotéis, restaurantes, bares e comércio poderão servir e vender embutidos elaborados na serra gaúcha, como era feito antigamente pelos imigrantes, assim como já fazem com os produtos da Casa da Ovelha. Nos cafés das manhãs dos hotéis, serve-se iogurtes de leite de ovelha, doce de leite de ovelha, queijos e molhos. Tarcisio Michelon, um dos principais articuladores do turismo na serra gaúcha, diretor da rede de hotéis Dall´Onder, como sempre, é um dos apoiadores do projeto.

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