quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Previsões da FAO para o mercado internacional de carne ovina. Os preços serão recordes nos próximos meses.

Paulo de Tarso dos Santos Martins, nosso leitor assíduo, manda mais uma contribuição, que eleleu no site da FarmPoint. Sobre o futuro da carne ovina no mundo. Muito interessante para os criadores e osnovos investidores no setor da ovinocultura:
“De acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre previsões para o mercado de carnes, as menores ofertas pressionarão os preços a novos níveis recordes.
Em maio de 2011, o índice de preços de carnes da FAO alcançou um novo recorde de 183 pontos. Os preços internacionais de todas as carnes se mantiveram firmes desde janeiro. O fortalecimento dos preços reflete principalmente fatores direcionados pela oferta, incluindo condições climáticas adversas no final de 2010, reconstrução de rebanhos, problemas sanitários e maiores custos dos insumos que, consequentemente, levou a uma parada no crescimento da produção global.
Vendo a perspectiva de 12 meses, as carnes ovina e bovina tiveram fortes crescimentos e baseadas em seus respectivos índices de preços, aumentaram 38% e 20%, respectivamente, desde maio de 2010. A limitada disponibilidade de exportação em países tradicionalmente fornecedores, combinada com uma forte demanda de importação, deverá manter uma tendência de alta nos preços mundiais das carnes em curto prazo. Ao mesmo tempo, os altos preços dos grãos continuam a limitar a lucratividade do setor.
Carne ovina
Baixo crescimento na produção apesar dos preços recordes. Pelo quinto ano consecutivo, o mercado global de carne ovina verá apenas um crescimento marginal, para 13,1 milhões de toneladas, à medida que os principais exportadores estão em fase de reconstrução de rebanhos.
Na Austrália, apesar de algumas perdas relacionadas a enchentes, as boas condições climáticas e os altos preços dos cordeiros ao produtor deverão reverter o atual declínio nos estoques animais, que alcançaram os níveis mais baixos do século. Apesar disso, a melhor situação não deverá ainda se traduzir em crescimento da produção, mas somente, reduzir a contração na produção de carne de 10% em 2010 para 2% nesse ano.
Na Nova Zelândia, a produção deverá se manter quase sem mudanças, à medida que o clima severo levou à menor porcentagem nacional de parições de cordeiros desde meados da década de noventa, a uma grande queda na safra de cordeiros e à expectativa de menores ofertas em 2011. Os preços recordes para ovinos deverão, entretanto, ajudar a recuperar as perdas na produção com relação ao começo da estação.
A produção nos Estados Unidos, que deverá cair para seu menor nível já registrado, está pressionando os preços em 2011 em 72% para cima com relação ao ano passado. Na África, a boa forragem e a forte demanda do Oriente Médio estão levando a uma maior produção no Sudão, o segundo maior produtor da região depois da Nigéria. Ao mesmo tempo no Paquistão, apesar da perda de animais pelas enchentes de 2010, os maiores preços e a forte demanda de exportação estão induzindo maiores abates e exportações.
O comércio aumentará marginalmente, apesar dos preços recordes.
As exportações deverão aumentar para 845.000 toneladas em 2011, à medida que as baixas ofertas estão restringindo as vendas da Austrália e da Nova Zelândia. Com a atual reconstrução do rebanho nos dois países, os preços dos ovinos continuam sob pressão de alta em curto prazo, à medida que a competição intensifica para abates, reconstrução de estoques e exportação de ovinos.
As ofertas limitadas da Austrália e da Nova Zelândia podem estimular maiores vendas da América do Sul, em particular, da Argentina e do Uruguai, e da Ásia, em particular, da Índia. No caso das importações, os altos preços da carne e dos ovinos vivos estão impulsionando uma re-avaliação das políticas de importação de carne nos países do Oriente Próximo, como Bahrain, que opera grandes programas de subsídio a importações de carnes vermelhas.
O declínio na produção sustentará as importações pela União Europeia, bem como pelos Estados Unidos, que recentemente removeram uma barreira de uma década às importações do Uruguai devido a preocupações relacionadas à febre aftosa.”
Fonte: FAO (http://www.fao.org/docrep/014/al978e/al978e00.pdf), adaptada pela Equipe FarmPoint.

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