Depois que meu enófilo
preferido, o Olyr Correa, lá do Rio de Janeiro – quando não está nas lides
rurais na fazenda, lá no Caty, em Santana do Livramento – recomendou beber
Lambrusco com duas gotinhas de adoçante para acompanhar uma daquelas pesadas
feijoadas cariocas, acredito em quase tudo. Até em lobisomem, como dizia meu
amigo Serafim Machado, lá de Cachoeira do Sul, ao escrever sobre o andamento
incrível de um processo na Justiça brasileira.
Agora, é a chilena Concha y
Toro que me manda um levantamento sobre novos hábitos de consumo dos
brasileiros em relação ao vinho e no qual se diz que o pessoal está trocando a
caipirinha pelo vinho para acompanhar feijoada e churrasco. Segundo
levantamento realizado pela equipe de marketing responsável pelo vinho Marques
de Casa Concha, da Vinícola Concha y Toro, os brasileiros estão em busca de
vinhos para acompanhar esses tradicionais pratos.
A sondagem foi realizada mediante interações do projeto Personal Sommelier, que responde
dúvidas de consumidores, via Whatsapp, dos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Goiás, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e
Minas Gerais. O projeto começou no dia 20 de novembro e seu serviço é gratuito.
Para participar, basta enviar uma mensagem para o WhatsApp da Concha y Toro até
o dia 20 de dezembro.
Como a feijoada é um prato complexo e bastante suculento,
é preciso amenizar a intensidade de sabores. Por isso, os sommeliers do projeto
Personal Sommelier afirmam que a melhor
opção é um vinho da uva Cabernet Sauvignon, já que seu processo de fermentação
é feito na madeira, fazendo com que ele se torne um vinho mais encorpado e
amadeirado. Desta forma, seus taninos são mais equilibrados, justamente o que
suaviza o paladar gorduroso da feijoada. O vinho Marques de Casa Concha
Cabernet Sauvignon cabe perfeitamente nesta harmonização.
Já no caso do churrasco tradicional, com picanha,
alcatra, costela de porco e coração, os especialistas do projeto indicam um
vinho da uva Merlot, já que as carnes são gordurosas e a uva é de médio corpo.
O vinho Marques de Casa Concha Merlot é redondo, macio, persistente e
equilibrado combinando perfeitamente com carnes mais gordurosas.
No Rio de Janeiro, os consumidores se interessaram pela
harmonização de vinho com comida japonesa. Neste caso, os sommeliers
especializados indicaram vinho branco, Chardonnay, pois é encorpado, com acidez
equilibrada, notas marcantes, que refrescam e limpam o paladar. É o casamento
perfeito com comidas cruas. A acidez do Chardonnay quebra o sal do molho shoyu.
“Nesses primeiros dias da ação, pudemos perceber uma
mudança no comportamento e hábitos de consumo do brasileiro. Notamos que os
consumidores estão mais exigentes e querendo fazer combinações mais ousadas e
fora da curva. Isso mostra uma busca por conhecimento e é isso que queremos
proporcionar, esse know how e expertise que a Concha y Toro possui em seus mais
de 130 anos de história com vinhos”, finaliza Michele Carvalho, gerente de
marketing da Concha y Toro.
Um comentário:
Pois é, sobre o vinho ideal para acompanhar feijoada, sou historicamente voz minoritária. Isto, porque não vejo como ter vinho tinto com feijoada. Para mim, dado que a feijoada é forte, pesada, um vinho encorpado (como um Cabernet chileno) entraria em choque com o prato, e um mataria o outro. A solução que adoto? vinho branco, mas não qualquer um. Não pode ser frutado, nem aromático, nem barricado. Vinhos delicados, com mineralidade, nem pensar. Deve ter algum amargor, ou seja, tem que ser algo no estilo de um Trebiano, ou um Semillon. Talvez um Peverella; ou certos Moscato.
É isto...cada um com sua mania!
Jorge Ducati
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