Prejuízos afetaram nove municípios da Serra Gaúcha e cerca de 2 mil agricultores, a maioria viticultores. Alguns parreirais foram totalmente idizmados, exatamente quando os produtores se preparavam para a colheita das uvas. O temporal de granizo que caiu na noite de quarta-feira, dia 14 de dezembro, na Serra Gaúcha atingiu 2 mil produtores rurais. O balanço dos prejuízos foi feito na manhã de domingo, dia 18, na Prefeitura Municipal de Caxias do Sul, em reunião convocada pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Caio Rocha, com lideranças do setor vitivinícola, sindicatos e secretários municipais da agricultura. O relato com imagens sobre os estragos causados pela intempérie alarmou o representante do Mapa. “Vamos marcar uma reunião com o ministro imediatamente em Brasília, antes do Natal, para vermos como podemos agir para ajudar os produtores”, disse. “Vamos atuar na maior urgência possível”. Caio Rocha pediu que no encontro com o ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho seja apresentado um relatório detalhado da situação de cada produtor atingido pela chuva de granizo. “Pela dimensão do que ocorreu, temos de tratar dos problemas de forma individualizada”, ressaltou.
Segundo o diretor-executivo do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), Carlos Raimundo Paviani, muitos viticultores tiveram perda total. “O pior é que muitos parreirais terão de ser replantados, o que afetará a produção não só deste ano mas dos próximos”, alertou. O pedido das lideranças presentes é que as dívidas de financiamentos dos produtores atingidos pela chuva de granizo sejam zeradas. Além disso, foram solicitadas medidas que ajudem na sustentação dos produtores. Também foram solicitados mais recursos para o Seguro Agrícola e um projeto de apoio à colocação de telas para proteção dos vinhedos. “Tratamos basicamente de dois temas no encontro: como atender os produtores atingidos e como evitar que perdas como esta aconteçam no futuro”, relata Paviani.
Um dos assuntos levantados na reunião foi o desestímulo dos jovens em permanecer na propriedade. “É mais um forte baque na sucessão rural, um problema que já afeta 60% das propriedades na serra gaúcha”, comentou Raimundo Bampi, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul.
A Emater-RS estima que cerca de 80% dos parreirais atingidos pela forte chuva de granizo tiveram perda total. Em Flores da Cunha, 20 milhões de quilos de uva foram perdidos. “Isso representa em torno de 20% da produção de uva do município, o segundo maior produtor de uva do Rio Grande do Sul”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin. Em Bento Gonçalves, aproximadamente 500 hectares foram afetados. Em Caxias do Sul, calcula o prefeito José Ivo Sartori, os prejuízos podem alcançar R$ 25 milhões devido ao temporal com granizo, que afetou 1.200 pessoas em torno de 300 propriedades.
Além de Flores da Cunha, Caxias do Sul e Bento Gonçalves, os danos atingiram produtores de Farroupilha, Nova Pádua, Pinto Bandeira, Cotiporã, Nova Roma do Sul e Veranópolis. A deputada estadual Maria Helena Sartori (PMDB) acompanhou a reunião.
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