quinta-feira, 29 de março de 2012
Vale dos Vinhedos comemora a melhor safra de sua história
Uva tinta ainda no pé em março
Uvas brancas sendo selecionadas na cantina
Fotos: Lucinara Masiero
Uvas chegam a registrar 22º babo. Destaque para a branca Chardonnay e a tinta Merlot.
“Esta foi a melhor safra que o Vale dos Vinhedos já viu”. A afirmação é do diretor técnico da Associação de Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Daniel Dalla Valle, mas a avaliação é unânime e a comemoração é geral. Do início ao fim, a vindima teve excelente desempenho devido ao comportamento favorável do clima. As uvas chegaram a atingir 22º babo, o que resultou em uma produção alcoólica natural de 14,5º no caso do Merlot, por exemplo.
Viticultores, enólogos e cantineiros do Vale, embriagados de felicidade, já projetam vinhos e espumantes com qualidade superior. Os atributos contemplam todas as uvas, mas o destaque ficou com as emblemáticas uvas da região, a branca Chardonnay e a tinta Merlot, variedades que simbolizam e representam a identidade do Vale dos Vinhedos e são predominantes na Denominação de Origem.
No Vale dos Vinhedos, a vindima estreou no início de janeiro e encerra esta semana. Os primeiros espumantes e vinhos brancos mais jovens começarão a chegar ao mercado ainda no final deste ano, mas é em 2014 que os grandes vinhos do Vale poderão ser degustados na taça. “O brinde da Copa do Mundo de 2014 já está assegurado. Agora só falta a seleção brasileira fazer a sua parte”, festeja Dalla Valle, que já treina a comemoração de muitos gols para o setor vitivinícola do Vale. “Somos a primeira região a obter uma Indicação Geográfica no Brasil, conquistamos o reconhecimento da União Europeia e estamos em contagem regressiva para a primeira Denominação de Origem de vinhos do Brasil. Nossa qualidade pode ser degustada na taça”, exalta.
Com este desempenho, as vinícolas do Vale dos Vinhedos agora se dedicam a extrair o máximo da matéria prima, empregando toda sensibilidade dos enólogos na elaboração dos vinhos, que já projetam rótulos memoráveis. “Teremos vinhos, especialmente os tintos, mais estruturados, com pH equilibrado e maior longevidade”, destaca Dalla Valle. O enólogo explica que as uvas utilizadas para a elaboração de espumantes também se destacaram, apresentando ótima relação entre açúcar e acidez, 17º babo e pH baixo próximo de 3.0, ideais para a bebida.
Em 2011, as vinícolas associadas à Aprovale produziram 6,9 milhões de litros de vinhos finos e espumantes, o equivalente a 9,2 milhões de garrafas.
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