Foi maravilhosa a degustação dos vinhos uruguaios da Bodega Carrau, dia 10, no Espaço Gourmet da Vinhos do Mundo (av. Cristóvão Colombo, 1493), em Porto Alegre. Primeiro, pela simpatia de Javier Carrau, depois, pela qualidade dos vinhos apresentados, muito particularmente o Bodegas Carrau Vilasar Nebbiolo 2000, um vinho divino, oriundo de vinhedos com mais de 65 anos de idade na propriedade La Violetas, em Canelones, sul do Uruguai, vinificado numa cantina que vem desde 1847.
Antes do jantar, durante a degustação, que começou com bruschettas acompanhadas por Ysern Sauvignon Blanc 2008, e continuou com Ceasar Salad harmonizada com Espumante Sust Vintage Brut Nature 2005, um dos lançamentos que a Carrau estava fazendo, Don Javier falou um pouco da história da família, pescadores e navegadores da Catalunha que começam a produzir vinhos em 1752 e, depois, vieram para o Uruguai e o Brasil. Lembrou o período da construção do castelo Lacave, em Caxias do Sul, nos anos 1965/67, e os trabalhos de implantação de vinhedos, com técnicos americanos da Califórnia, em Bagé, nos anos 1973/74, e a instalação da nova cantina em Rivera (Uruguai), em 1976. Tudo isso sem abandonar as cantinas em Canelones e Montevidéu.
O primeiro prato – filé de salmão ao molho siciliano e cuzcuz marroquino – foi acompanhado por um Carrau Ysern Tradición 1572 Tannat-Tannat 2005. A data no título é uma homenagem ao primeiro vinhedo de Francisco Carrau Vehils, na Catalunha, e a repetição do nome da uva porque é um vinho feito com tannat de duas regiões diferentes, uma no sul do Uruguai (Lãs Violetas), outra no norte (Rivera). Resultou num tannat com boa acidez e muita fineza, com grau alcoólico entre 14 e 15, ideal para pratos de sabor forte. É um vinho de guarda, com taninos elevados, que poderá chegar a 15 ou mais anos.
Fianalmento, no intermezzo, a estrela da noite, que não havia sido anunciada assim, mas se tornou o grande destaque de uma degustação especial: o Carrau Vilasar Nebbiolo 2000. Esplêndido. De produção muito pequena, oito ou nove barris por ano, este vinho provém da grande uva tinta italiana, originária do Piemonte, e da qual são elaborados vinhos de prestígio como os Barolos e os Barbaresco. Os pequenos vinhedos de Nebbiolo dos Carrau têm entre 65 e 90 anos em Lãs Violetas.
O prato principal – filé mignon em crotas de ervas e risoto de presunto de Parma – foi harmonizado com Carrau Arerunguá Tannat 2002, que, embora elaborado em Lãs Violetas, tem um caráter Velho Mundo. Ocorre que é resultado de uma parceria da família Carrau com a família Ferrer (Freixenet) e tem a mão dos enólogos europeus na finalização. É um bom vinho, também de guarda, que passa 18 meses em barris de carvalho francês e 6 meses na garrafa antes de ir ao mercado, mas que acabou sendo prejudicado na degustação por ter sido servido depois do Nebbiolo 2000, muitas vezes superior.
A sobremesa – crepe Suzette – foi acompanhada por um Porto Ruby. E eu fui surpreendido por Don Javier Carrau, que lembrou que era meu aniversário, falou para o público e me homenageou com um Carrau Vilasar Nebbiolo 2000, dentro de uma bela embalagem em madeira. Foi, sem dúvida, uma bela surpresa.
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Um comentário:
Realmente foi um jantar maravilhoso. O Vilasar é um vinho fantástico e potente. Foi uma pena que o Arerungua foi servido depois, porque é um vinho espetacular tanto na persistência como na complexidade dele. Foi um belo persente que o Sr. ganhou hehe. Abraço
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