segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Presença do Merlot não surpreende
Como tenho acompanhado o desenvolvimento da vitivinicultura gaúcha nos últimos 40 anos – comecei a freqüentar as vinícolas da serra gaúcha quando ainda estava no início da carreira jornalística, em 1966, na então importante Folha da Tarde, de Porto Alegre – não é surpresa que o vinho merlot produzido na serra tenha aparecido tão bem numa comparação com merlots de outras partes do mundo. Quando a Miolo começou a plantar uvas merlot na encosta do Lote 43, e fiz várias visitas à região, acompanhando o crescimento da planta e as práticas enológicas, o enólogo Adriano Miolo muitas vezes me disse: “Esta variedade tem tudo para a ser uva-símbolo do Rio Grande do Sul. Adaptou-se bem, dá um fruto de qualidade, tem boa maturação e, sem dúvida, vai dar um vinho muito bom.” Eu, que vinha de uma época em que se procurava transformar a cabernet franc na uva-símbolo do Rio Grande, hoje, infelizmente, sem muita utilização, fiquei curioso e comecei a acompanhar a merlot com mais atenção. Também comecei a beber mais merlot, inclusive de outras vinícolas e regiões, e comprovei o acerto das palavras de Adriano. O merlot gaúcho, hoje, é um vinho soberbo. Por isso, conquistou a admiração do máster wine Dirceu Vianna e de outros especialistas mundiais.
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