segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vieilles vignes brasileiro

Agora, vamos ver se Palomas dará um grande vinho!
A frase é do crítico de vinhos Olyr Correa, que parou de escrever (será que parou de beber vinhos?), mas continua acompanhando, lá no Rio, tudo o que acontece no sul. Seu comentário foi feito em cima da reportagem da minha amiga ballerina Marcela Duarte, a linda Marcelinha, publicada no Correio do Povo de Porto Alegre, sobre o projeto da Miolo, que recentemente comprou a Almaden, em Livramento, de produzir um vieilles vignes (vinho feito de vinhas velhas), a partir das videiras com mais de 30 anos, cujo plantio acompanhei, ao pé do cerro Palomas, em Livramento.
Só estou com uma dúvida que o Olyr, estudioso que é, poderá ajudar a esclarecer. Será, mesmo, o primeiro vieilles vignes brasileiro, como diz a Marcela? Lembro de ter visto, em algumas de minhas andanças pela serra gaúcha, videiras com mais de 100 anos – acho que na Marson -, só não sei se eles fazem vinho com estas uvas.

2 comentários:

OC disse...

Já que eu não escrevo (escrevo sim, só que são impublicáveis) ressuscita este artigo de 2005,

QUAL HÁ DE SER NOSSO DESTINO?

Trecho bem atual:

" Movendo-nos para a Campanha Gaúcha ou Metade Sul, temos aí um problema.

Embora tudo indique que clima e solo são mais favoráveis, as pesquisas e experiências são bastante recentes para tenhamos alguma pista da interação região x casta.

Com uma exceção. E que trabalha contra nós. A Almadén, de Palomas, Santana do Livramento, berço deste jornal.

Santana já marcou indelevelmente um casamento. A dos ovinos com o seu terreno pedregal e suas 400 gramíneas e 200 leguminosas forrageiras. Aí sim, um borrego é único e a sua carne leva metida dentro a assinatura do “terroir”.

Mas a Almadén, com vinhas de trinta anos, nunca produziu, com qualquer casta, um bom vinho. Podemos até dizer, nem um vinho decente.

E isto é um banho de água fria para os amantes do vinho e da terra.

Rezemos para que isso tenha sido incompetência e excessiva ambição argentária das empresas que se sucederam na titularidade da empresa. Esperemos mais ainda que a Pernod Ricard, que produz alguns bons vinhos em outras partes do mundo, bem como excelentes destilados, inverta esta situação e nos prove que dali pode sair o protótipo do vinho brasileiro.

Experiência ela possui, capital também e, o mais difícil no caso brasileiro, parreiras de vitiviníferas com mais de 30 anos de idade.

Também são animadores os investimentos em Bagé, Candiota, Pinheiro Machado, Pedras Altas.

A Miolo com a sua boa diversificação em cepas de primeira linha, a contratação de assessoria de primeiro nível e a decisão de criar qualidade, seguramente também nos indicará, no médio prazo, se a confecção de um emblema brasileiro e gaúcho é possível."

OC disse...

Quando às vinhas de vinífera mais antigas do RS, dificilmente serão as da Almadén.
Eu procuraria ver se ainda existem as de Cabernet Franc dos Irmãos Maristas em Garibaldi ou vinhedos que abasteciam de Merlot os Granja União da Companhia Vinícola Riograndese.
Segundo a Embrapa eles são de 1920 e 1930.
Deve existir aguma coisa em pé ainda.