domingo, 6 de setembro de 2009

Embrapa, Uva e Vinho

A Embrapa Uva e Vinho, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, apresentou, durante a Expointer, concluída, ontem, em Esteio, no Rio Grande do Sul, tecnologias voltadas para a cultura da uva e de fruteiras de clima temperado para a Região Sul do País. Foi na Casa da Tecnologia, estande que reúniu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e suas vinculadas.
A instituição de pesquisa, com sede na cidade de Bento Gonçalves, demonstrou algumas das variedades de uvas que desenvolveu dentro do Projeto de Melhoramento Genético da Videira, o Cadastro Vitícola do Rio Grande do Sul, o Sistema de Cultivo Protegido de Uva e também informações sobre o Inovamaçã, projeto de pesquisa direcionado para melhorias na cultura da macieira. Além do atendimento técnico, os visitantes interessados receberam materiais com orientações técnicas sobre Boas práticas Agrícolas na viticultura, elaborados com Recursos do PAC Transferência de Tecnologia da Embrapa.
Variedades de uvas
O Projeto de Melhoramento Genético da Videira, estabelecido em 1977 pela Embrapa Uva e Vinho, visa o desenvolvimento e a criação de novas variedades de uvas de qualidade e com boas características agronômicas e de adaptações. Já foram lançadas várias cultivares para vinicultura brasileira, que se adaptam bem às condições climáticas dos principais pólos do Brasil. Estarão sendo apresentadas, entre outras, a 'BRS Margot', lançada em 2007, que é uma cultivar também híbrida e recomendada para elaboração de vinhos tinto de mesa, que possui boa adaptação à região sul, regiões subtropicais e tropicais do Brasil. Além dessas, o público também poderá conferir outras cultivares de uvas tintas como BRS Carmem, 'Isabel Precoce', 'BRS Cora', 'BRS Violeta', 'Concord Clone 30', 'BRS Rúbea', lançadas nos últimos anos. As variedades de uvas brancas são outro foco da Embrapa Uva e Vinho. A "Moscato Embrapa" e a "BRS Lorena" foram desenvolvidas como cultivares para elaboração de vinho branco aromático. Os nomes, todos femininos e de fácil pronúncia, foram criados de forma a facilitar a memorização em outros países e pelos próprios agricultores do setor vinícola brasileiro.
O Cultivo protegido de videiras estabelece um sistema de produção que apresenta um novo microclima com necessidades de cuidados diferenciados do cultivo da uva ao ar livre. Dentre esses, pode-se citar a redução da radiação solar nas plantas, a redução da velocidade do vento, a redução ou eliminação do uso de produtos químicos e a necessidade de irrigação.
Segundo o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Henrique Pessoa dos Santos, que lidera projeto de pesquisa sobre o tema, mesmo que o custo de implantação inicial seja elevado, o produtor consegue diluir esse custo ao longo dos anos, produzindo uvas com melhor qualidade e com maior valor agregado, tanto para mesa ou para processamento.
O Cadastro Vitícola do Rio Grande do Sul, publicado na forma de CD, apresenta detalhadamente toda a produção de uvas do Estado. A primeira edição do Cadastro Vitícola foi publicada em 1995. Desde então, já foram divulgadas outras duas edições (1995-2000, 2001-2004). A última edição (2005-2007), realizada pela Embrapa Uva e Vinho, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (Seappa), apresenta informações inéditas referentes aos anos de 2005, 2006 e 2007 e é resultante de um repasse adicional de recursos do MAPA à Embrapa.
As informações obtidas a partir do Cadastro Vitícola aliadas a outras disponíveis e a informações particulares das empresas produtoras de uvas possibilitam a construção de cenários para a tomada de decisão da iniciativa privada e pública, em prol do desenvolvimento da vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul.
O Inovamaçã - Projeto "Inovações Tecnológicas para a Modernização do Setor da Maçã" visa minimizar as perdas causadas por impactos desde a colheita até o armazenamento no packing, aumentar a eficiência do monitoramento e controle de pragas, reduzir o uso de agroquímicos e desenvolver novas cultivares adaptadas à realidade brasileira.
Segundo o coordenador do projeto de pesquisa que encerra em 2009, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Gilmar R. Nachtigall, o Inovamaçã apresenta avanços no conhecimento dos fatores limitantes da produtividade da macieira e também indica algumas modernizações necessárias.
O Inovamaçã é um projeto de pesquisa multinstitucional e multidisciplinar, com valor de execução de R$ 741.959,70, custeado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Com a participação de 30 colaboradores, o projeto é coordenado pela Embrapa Uva e Vinho e executado juntamente com a Epagri (Estações Experimentais de Caçador e São Joaquim, SC), UDESC (CAV/Lages, SC), Embrapa Clima Temperado e ESALQ/USP.

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