Há pouco mais de 30 anos os americanos cultuavam os vinhos franceses, e acreditavam que vinho americano servia apenas para cozinhar. Até que alguns vinhos da Califórnia comparados às cegas obtiveram notas mais altas que os grandes franceses. O fato mudou os rumos do mundo vinícola, e entrou para a história como "O Julgamento de Paris" - recentemente transformado em filme por Hollywood. Guardadas as proporções, algo semelhante ocorreu no dia 14 de fevereiro (acho que de 2008), em São Paulo, quando o crítico de vinhos Luiz Otávio Peçanha confrontou Brasil e Argentina em dois projetos vinícolas ambiciosos, de produção relativamente pequena e centrados na qualidade: Tormentas e Mauricio Lorca.
Lorca figura entre os enólogos mais respeitados e inovadores da Argentina, com vinhedo localizado em um paraíso vitivinícola, aos pés da Cordilheira dos Andes, em Mendoza, com condução controlada para produzir apenas um quilo de uva por planta - o que atesta o requinte de um projeto radicalmente norteado para a qualidade. Tormentas é um projeto semelhante, pela sofisticação, conduzido em Encruzilhada do Sul, pelo gaúcho Marco Danielle. O vinho Tormentas Premium 2007 superou, em pontuação, os vinhos de autor de Mauricio Lorca. O Tormentas custa R$ 160,00 a garrafa, os de Lorca em torno de R$ 78,00. “Ter meu trabalho comparado ao de Lorca é uma honra. Superar suas notas, um prêmio”, diz Danielle.
Os vinhos de Marco Danielle, sem dúvida, precisam ser melhor conhecidos.
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